A Prefeitura de Bodó, município localizado na região do
Seridó potiguar, suspendeu todas as atividades da Loteria Municipal, a
Lotseridó, após uma nota técnica da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do
Ministério da Fazenda apontar que os municípios não têm competência legal para
explorar apostas de quota fixa, conhecidas popularmente como “bets”. A decisão
foi publicada no Diário Oficial do Município nesta segunda-feira (27).
A publicação cita que foram identificadas
“inconsistências na atuação da Loteria Municipal de Bodó”, visando que a
exploração dessa modalidade lotérica é restrita à União, aos estados e ao
Distrito Federal, conforme a lei federal 14.790 de 2023. Diante disso, o
prefeito Horison José da Silva determinou a suspensão imediata de todos os
credenciamentos, contratos e operações vinculadas aos editais da loteria até
nova deliberação do Executivo.
A Lotseridó havia iniciado suas operações em novembro de
2024, pelo ex-prefeito Marcelo Mário Porto Filho (PSD), tornando Bodó uma das
primeiras cidades do Rio Grande do Norte a criar uma loteria municipal. Ao
todo, 37 empresas foram credenciadas na cidade com 2,3 mil habitantes,
possuindo cassinos onlines já em operação em plataformas digitais. Segundo
dados divulgados pela própria Prefeitura, o município arrecadou R$ 8,3 milhões
em dez meses de funcionamento, com recursos destinados a obras e serviços
públicos, como a compra de ambulância, reforma de escolas e revitalização de
pontos turísticos.
No entanto, desde o início das operações, o Ministério da
Fazenda vinha considerando irregular a autorização concedida por prefeituras
para exploração de apostas, afirmando que a lei federal não confere competência
aos municípios para esse tipo de atividade.
A Secretaria de Prêmios e Apostas informou, em nota
anterior à TRIBUNA DO NORTE, que vem atuando para coibir práticas semelhantes
em todo o país, com mais de 18 mil sites e aplicativos bloqueados por operar
sem autorização federal ou estadual.
Com a decisão, as plataformas credenciadas pela Lotseridó
deverão interromper suas atividades até nova manifestação do Poder Executivo
municipal, que aguarda análise jurídica para definir os próximos passos.
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