O Rio Grande do Norte vai fechando a gestão da governadora
Fátima Bezerra (PT) com um desafio fiscal cada vez mais pesado: a dívida
consolidada líquida do Estado alcançou R$ 6,34 bilhões em agosto de 2025,
segundo o Relatório de Gestão Fiscal do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN).
O valor representa um aumento de cerca de R$ 1,8 bilhão em comparação ao início
do primeiro mandato da governadora, em 2019.
Do total, R$ 3,2 bilhões são referentes a dívidas
contratuais, e R$ 2,49 bilhões a empréstimos e outros compromissos de longo
prazo. Comparado a 2018, quando o Estado registrava R$ 1,75 bilhão em dívidas,
o crescimento supera 260%, refletindo tanto o histórico de desequilíbrio fiscal
quanto o aumento das operações de crédito nos últimos anos.
A situação preocupa especialmente a sucessão de 2026.
Fátima deve renunciar ao cargo em abril para disputar o Senado, passando o
governo ao vice Walter Alves (MDB). A transição ocorrerá em meio a alto
comprometimento da receita com pessoal, dependência de repasses federais e
déficit previdenciário, reduzindo a margem de manobra para investimentos
futuros.
Pré-candidatos como Cadu Xavier (PT), Rogério Marinho
(PL), Álvaro Dias (Republicanos) e Allyson Bezerra (UB) já se movimentam no
cenário político, conscientes de que o próximo governo herdará um Estado
financeiramente limitado. Enquanto aliados do governo destacam que parte da
dívida reflete investimentos estruturantes e recomposição de passivos,
opositores apontam falta de planejamento e alertam para o risco de comprometer
a capacidade de investimento nos próximos anos.
Com R$ 6,3 bilhões em compromissos acumulados,
renegociações de débitos e cortes em despesas de custeio poderão ser medidas
obrigatórias para o próximo governador ou governadora. O tema deve pautar o
debate eleitoral, colocando em evidência a narrativa de legado da gestão atual
frente ao desafio estrutural das finanças públicas potiguares.
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