Nos últimos vinte e dois anos
– vinte dos quais o Brasil viveu sob a égide do plano real e com a
inflação sob relativo controle -, o Índice de Desenvolvimento Humano dos
Municípios brasileiros (IDHM) avançou 47,8%.
Deixamos de ser um país de
municípios esquálidos, 80% dos quais eram classificados no início dos anos
noventa como de desenvolvimento muito baixo. Hoje, ao diferentemente, um terço
de nossos municípios já está qualificado como “altamente desenvolvido”.
Os resultados seriam ainda
melhores para o Brasil se a elevação de patamar ocorrida em outras áreas também
tivesse também sido obtida na Educação. Dos três fatores levados em conta na
composição do IDHM, este foi o de pior desempenho.
Na educação, houve, é inegável,
um avanço nada desprezível: incremento de 130 pontos percentuais ao longo dos
últimos vinte anos. Mas o Brasil foi mais rápido em outras coisas, e nosso
nível de educação continua um tanto capenga, qualificado apenas como “médio”.
Somente cinco cidades
alcançaram no item educação o patamar de 0,800, muito alto, em Educação. Três
em São Paulo (Águas de São Pedro, São Caetano do Sul e Santos), uma no Espírito
Santo (a capital, Vitória) e uma em Santa Catarina (Florianópolis). Nenhum dos
Estados conseguiu alcançar a mesma façanha.
Os dados do IDHM mostram uma
coisa interessante: as regiões mais pobres, do Norte e Nordeste, conseguiram
avançar mais do que as do resto do País.
O ministro da Educação, ao ser
informado dos resultados do IDHM, não pareceu dar muita importância ao fato de
o setor educacional ter sido o mais mambembe da avaliação.
Com espírito cristão disse que
“é preciso olhar com mais atenção e generosidade a situação dos municípios que
tiveram os piores resultados”. Como as disparidades foram e continuam a ser
grandes no Brasil, “mesmo as cidades que estão longo do ideal, estão evoluindo
de forma impressionante, e é isso o que precisa ser registrado”.