A aposentada Maria de Nazaré, que perdeu a casa com o tremor, em 1986, recebeu um novo imóvel com sérios problemas estruturais
Há exatos 25 anos, no dia 30 de novembro de 1986, a população do
município de João Câmara acordou assustada. Era madrugada de um domingo,
por volta das 3h30, quando a terra tremeu e sacudiu prédios, derrubou
casas e levou temor e desespero à uma população estimada em 14 mil
habitantes. As lembranças do abalo sísmico que atingiu 5.2 graus na
escala Richter resistem ao tempo. As histórias daquela "madrugada de
terror" são contadas pelos mais velhos e há prédios que ainda guardam
marcas do tremor. Hoje, durante sessão solene na Câmara Municipal dos
Vereadores, haverá lançamento de um livro sobre o episódio e
personalidades da época serão homenageadas com a entrega do título de
Cidadão Camarense.
A aposentada Maria Nazaré Silva, 84 anos, apesar da idade avançada,
lembra bem como reagiu aos abalos. "Eu estava dormindo e de repente a
cama começou a tremer. Acordei desesperada atrás dos meus filhos,
puxando eles para fora de casa. Graças a Deus deu tempo sair e ninguém
se feriu, mas minha casa destruiu todinha, não sobrou nada", disse. Dona
Maria Silva foi uma, entre tantas outras pessoas, que precisaram sair
de suas casas, ou do que restou delas, após o abalo mais forte.