O governo Fátima Bezerra se aproxima do fim deixando um
rastro de apreensão nas contas públicas. A gestão, acuada pela falta de
recursos, tem recorrido a manobras de última hora para manter a folha de
pagamento em dia — raspando o fundo do tacho de onde ainda há algum saldo.
Nos bastidores, a ordem é clara: empurrar o problema para
depois. E esse “depois” tem nome e data — Walter Alves (MDB), o vice-governador
que assumirá o comando do Estado em abril, herdará uma bomba-relógio fiscal
prestes a explodir.
O rombo nas finanças estaduais, agravado pelo colapso
previdenciário e pela fragilidade do Tesouro, será o grande teste da futura
gestão. Walter precisará de mais que boa vontade política para enfrentar a
herança que Fátima deixará: um Estado endividado, dependente de repasses federais
e com pouca margem para investimento.
A sensação é de que o governo atual corre apenas para atravessar a linha de chegada, mesmo que isso custe deixar o terreno minado para o sucessor. No fim das contas, o “abacaxi” será descascado por quem vier depois — e o sabor promete ser amargo.
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