A paralisação das atividades da Agência Nacional de
Mineração (ANM), devido à falta de recursos orçamentários, pode causar uma
perda de cerca de R$ 1 milhão na arrecadação da Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais (CFEM) no Rio Grande do Norte até o fim de
2025. A estimativa da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec)
considera os impactos tanto para o estado quanto para os municípios.
De acordo com Paulo Morais, Coordenador de
Desenvolvimento Mineral do RN, com a paralisação, operações minerárias poderão
sofrer atrasos ou bloqueios nas etapas de autorização e renovação de títulos
minerários, licenciamento ambiental ou concessão de pesquisa e lavra: “A
própria ANM já informou que suas atividades de outorga, gestão e fiscalização
estão comprometidas. Isso significa maior tempo de espera para obtenção de
títulos de pesquisa e lavra, adiamento de novos projetos e aumento de custos”.
No RN, até outubro de 2025, já foram arrecadados cerca de
R$ 7,7 milhões com a CFEM, segundo dados da ANM e da SEDEC. Para o coordenador,
esses recursos “reforçam o orçamento municipal, viabilizam investimentos em
infraestrutura, saúde, educação e desenvolvimento comunitário”.
Os investimentos no setor mineral potiguar também serão
impactados. O estado é produtor de minérios como scheelita, rochas ornamentais,
feldspato e ouro. A paralisação da ANM deve provocar maior tempo de espera para
a obtenção de títulos de pesquisa e lavra, adiamento de novos projetos e
aumento de custos. “Essa incerteza regulatória tende a afastar investidores e
elevar o custo de capital de quem pretende investir no setor mineral potiguar”,
disse o coordenador.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Extração de
Metais Básicos e de Minerais Não Metálicos do Rio Grande do Norte
(Sindiminerais-RN), Mário Tavares alerta que o setor já enfrenta
empreendimentos paralisados e há preocupação com o aumento do desemprego. “Os
processos não andam, a gente não fica com as licenças que a gente precisa para
começar a minerar. Aí vira uma bagunça”, disse Tavares.
Segundo o presidente do sindicato, a falta de documentos
essenciais para o licenciamento e a interrupção das atividades da ANM afetam a
produção.“Sem essa documentação, esses licenciamentos, a gente não consegue
produzir. A gente produz de maneira errada, porque não dá para ter a
documentação com todas as licenças necessárias ”, completou.
A falta de licenças pode adiar ou até cancelar projetos
planejados. “Não tendo essas autorizações, ninguém vai poder entrar na área. E o
funcionário não vai trabalhar de graça”, destacou Tavares.
O presidente do sindicato mencionou que as empresas que
já estão em operação continuam produzindo, mas aquelas que aguardam a liberação
das licenças não conseguem iniciar as atividades.
Tribuna do Norte
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