O Supremo Tribunal Federal (STF) praticamente abriu a
porteira para que políticos indiquem parentes para cargos estratégicos, como
secretários municipais, estaduais e ministros de Estado. Até agora, seis
ministros votaram a favor da liberação, e apenas Flávio Dino ficou contra. A
decisão final só sai na próxima quarta-feira (29), com o voto da ministra
Cármen Lúcia.
O relator Luiz Fux e seus aliados defendem que a nomeação
de parentes não é nepotismo quando se trata de cargos políticos, desde que os
indicados tenham “idoneidade moral” e algum critério técnico — algo que, na
prática, é avaliado pelo próprio político. Se confirmada, a decisão valerá para
todo o país, impactando milhares de cargos de confiança.
O caso que motivou o julgamento envolve Tupã (SP), onde a
lei municipal permitia que prefeitos colocassem parentes de até terceiro grau
em secretarias. O Ministério Público de São Paulo contestou, alegando que a
Constituição não permite esse tipo de exceção e que o nepotismo corrói a ética
do governo, especialmente nos cargos do primeiro escalão.
A polêmica gira em torno da Súmula Vinculante nº 13, que
proíbe a nomeação de cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau em
cargos de confiança na administração pública. A dúvida é se essa regra se aplica
ou não às nomeações políticas — ou seja, se políticos podem colocar familiares
nos cargos mais estratégicos do governo.
Além disso, ainda falta definir detalhes da tese final,
como limites para o chamado “nepotismo cruzado” e outros parâmetros. Ou seja:
políticos podem respirar aliviados, mas o STF tenta colocar pelo menos alguma
máscara de controle sobre as nomeações familiares.
Blog do BG
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