O calendário avança, o ano se encerra, mas a sucessão
política no Rio Grande do Norte permanece em completo estado de indefinição. A
disputa pelo Governo do Estado e pelas vagas ao Senado caminha sem rumo claro,
expondo um vazio de articulação política raramente visto na história recente do
RN.
A pouco mais de oito meses do início oficial da campanha
eleitoral, o cenário é de improviso. Os pré-candidatos que hoje se apresentam
como protagonistas — Allyson Bezerra, Rogério Marinho, Álvaro Dias e Cadu
Xavier — ainda não conseguiram apresentar o básico: não há vices definidos,
tampouco chapas estruturadas para o Senado. Nem nos bastidores, onde
tradicionalmente as costuras começam cedo, há sinais consistentes de
composição.
A situação se agrava quando se observa a corrida ao
Senado. Não se sabe quem caminhará ao lado de Styvenson Valentim, quem será o
nome que dividirá palanque com a governadora Fátima Bezerra, nem quem formará
dobradinha com Zenaide Maia. O silêncio é generalizado e revela mais do que
cautela: revela dificuldade real de articulação e ausência de consensos
mínimos.
No plano do Executivo estadual, o quadro é igualmente
preocupante. Quem será o vice de Rogério Marinho? Quem acompanhará Allyson
Bezerra? Quem completará a chapa de Cadu Xavier? São perguntas elementares que,
a essa altura do calendário, já deveriam ter respostas — ao menos nos
bastidores.
Nunca, em tão pouco tempo para uma eleição de tamanha relevância, o Rio Grande do Norte assistiu a um cenário tão nebuloso. A indefinição deixou de ser circunstancial e passou a ser o traço dominante da sucessão estadual. O tempo corre, o eleitor observa, e a política potiguar segue patinando, sem direção e sem clareza sobre o futuro que pretende oferecer.
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