No Rio Grande do Norte, compromisso firmado pelo Governo
Fátima Bezerra dura menos que discurso de campanha. Em menos de trinta dias, a
governadora conseguiu descumprir um acordo selado com o Supremo Tribunal
Federal — e não foi por distração, foi por convicção.
Diante do ministro Cristiano Zanin, Fátima jurou que o
Executivo estadual não ampliaria despesas com pessoal. Palavra dada, acordo
assinado, e como recompensa, o STF liberou cerca de R$ 860 milhões que estavam
bloqueados porque o Estado não havia conseguido a proeza de sair da Lei de
Responsabilidade Fiscal. Um voto de confiança raro. E desperdiçado.
Logo em seguida, o governo fez exatamente o que prometeu
não fazer. Sancionou a lei dos auditores fiscais, criou acervos remuneratórios,
ressuscitou penduricalhos, amarrou receitas da tributação e empurrou salários
para muito além do teto constitucional. Tudo isso embalado em um pacote que
afronta o ajuste fiscal e desafia o bom senso.
A ironia é que o auditor fiscal, hoje, já não carrega o
peso estratégico de outras épocas. Mas, no governo Fátima, isso pouco importa.
O que conta é agradar figuras-chave como Carlos Eduardo Xavier, o Cadú, e do
secretário Pedro Lopes. O caixa que lute.
No Ministério Público, a paciência acabou. O acordo com o
STF mal esfriou a tinta da assinatura e já foi atropelado. Como se não
bastasse, o governo segue descumprindo outra obrigação básica: não repassa
integralmente os duodécimos aos demais Poderes. Atraso virou método.
Desorganização, política de Estado.
Com Fátima Bezerra, ajuste fiscal é slogan. Responsabilidade é retórica. Compromisso institucional é descartável. O governo fala em equilíbrio, mas governa no improviso — sempre empurrando a conta para frente, até a próxima promessa quebrada.
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