O tão aguardado encontro climático COP30, sediado em Belém do Pará, terminou se
transformando em um retrato das contradições e do improviso
que marcam a gestão ambiental do governo federal. Com a presença de apenas 18 líderes mundiais, o
evento ficou muito aquém da representatividade alcançada em edições anteriores
— foram 150 chefes de Estado na COP28
(Dubai) e 90 na COP27 (Egito).
Enquanto o discurso oficial exaltava o “comprometimento
com o planeta”, a prática mostrou outro cenário. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que
defende publicamente o fim dos combustíveis fósseis, segue autorizando a exploração de petróleo na Margem
Equatorial, uma decisão que desafia o próprio discurso
ambientalista do governo.
A estrutura do evento também gerou críticas. Relatos de desorganização, falta de infraestrutura básica
e até problemas de abastecimento de água
circularam entre delegações e jornalistas. O contraste ficou ainda mais
evidente com o uso de embarcações de luxo
movidas a diesel para transporte de autoridades e convidados, ironicamente em
um evento dedicado à sustentabilidade.
O episódio mais constrangedor veio quando o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT),
interrompeu o discurso do presidente francês Emmanuel Macron
por causa da ausência de tradução simultânea. Já o jantar oferecido pela primeira-dama Janja Lula da Silva
aos chefes de Estado acabou esvaziado — nenhum compareceu.
No fim, a COP30 em Belém, que prometia ser símbolo de
protagonismo ambiental brasileiro, acabou marcada por falhas logísticas, incoerências políticas e um
alto custo bancado com dinheiro público. O resultado: um evento
que deveria unir esforços pelo clima acabou se tornando mais um espetáculo de vaidades e desperdício.
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