A cerca de 120 dias de deixar o comando do Executivo para
disputar o Senado em 2026, a governadora Fátima Bezerra (PT) deve entregar ao
sucessor um passivo bilionário nas contas do Rio Grande do Norte — cenário que
já é comentado, inclusive, nos corredores da Assembleia Legislativa. Segundo o
relator da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, deputado estadual Tomba Farias
(PL), o Estado acumula aproximadamente R$ 6,3 bilhões em dívidas com
fornecedores, outros R$ 6 bilhões em precatórios e um déficit mensal de R$ 170
milhões na Previdência.
Preocupado com o quadro de desequilíbrio fiscal, o
parlamentar relatou pessoalmente ao vice-governador Walter Alves (MDB) o
impacto que essa situação poderá ter caso ele assuma o governo em abril de
2026.
Em sessão ocorrida no dia 12, Tomba Farias informou do
encontro que teve com Walter Alves e das dificuldades que ele terá pela frente,
pois só a folha de pessoal chegou a mais de R$ 968 milhões – fora os impactos
proporcionados por promoções na carreira e contratações de servidores
concursados, sendo um de R$ 48 milhões, outro de R$ 78 milhões, e mais R$ 342
milhões em fevereiro, elevando o pagamento salarial do funcionalismo a cerca de
R$ 1,3 bilhão por mês.
“Avisamos ao vice-governador da dificuldade e que se
preparasse para que viabilizasse essas coisas, porque com os aumentos dessa
folha, vai ficar um pouco difícil”, antecipava Farias, relator de um projeto de
LOA que já estima em R$ 1,55 bilhão o deficit orçamentário em 2026. Tomba
Farias leva em conta que a estimativa de receita do governo para 2026 é de R$
25,67 bilhões, enquanto as despesas chegam a R$ 27,22 bilhões.
O deputado Luiz Eduardo (SDD) tem lembrado que o Governo
defendeu na Casa que o aumento de 18% para 20% na alíquota modal do ICMS seria
a solução econômica do Estado. “O que estamos vendo é o atraso do pagamento dos
aposentados e falta de pagamento com os fornecedores, o Estado só acumula
dívidas e falta de compromisso com o povo do Rio Grande do Norte”, afirma o
parlamentar.
Segundo Luiz Eduardo, em meio a esse caos, o secretário
Carlos Eduardo Xavier (Fazenda), afirmou em entrevista que o governo só vai
pagar o 13º salários dos pensionistas em janeiro de 2026.
O deputado José Dias (PL) também fala que “qualquer
pessoa que estude o mínimo da nossa história econômica e financeira, da
administração, sabe disto, não há competência do governo, a falta de
competência está patente”.
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