O prefeito Allyson Bezerra
(UB) chegou a um nível de soberba tão alto que acredita que pode reorganizar,
sozinho, todo o tabuleiro da oposição no Rio Grande do Norte. Em uma declaração
desastrosa à rádio 98 FM de Natal, ele tentou empurrar a senadora Zenaide Maia
(PSD) para a direita, como se o fato de Kassab, presidente nacional do PSD,
integrar o governo Tarcísio em São Paulo fosse suficiente para justificar uma
guinada ideológica no RN.
O movimento caiu mal. Zenaide é vice-líder do
governo Lula no Senado. Não existe narrativa que consiga encaixá-la num grupo
onde já há dois pré-candidatos consolidados na direita: o senador Styvenson
Valentim (PSDB), que naturalmente disputará a reeleição, e o Coronel Hélio
(PL), nome tradicional do bolsonarismo potiguar. A conta simplesmente não fecha.
Allyson sabe disso, mas tenta vender uma história
paralela para justificar a aliança de sangue que firmou com Zenaide. Fátima
Bezerra (PT) não quer mais conversa com ela. A direita não tem onde colocá-la e
mesmo se tivesse, não daria certo. E Allyson tenta empurrar essa batata quente
para quem estiver por perto. Zenaide é um problema de Allyson, não da oposição.
Ao citar Paulinho Freire (UB) como articulador
dessa lambança, o prefeito ainda expõe o aliado a um desgaste desnecessário. Se
Paulinho resolver se meter nesse vespeiro, vai sair chamuscado tentando juntar
grupos que não se toleram, e que não têm qualquer afinidade ideológica.
E sejamos sinceros, quem é Allyson para falar de
cenário nacional, sendo que ele ficou em cima do muro em 2022?
Ismael Souza
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