O Senado aprovou
nesta terça-feira (25), por 57 votos e duas
abstenções, o projeto que cria regras diferenciadas de contratação e
aposentadoria para agentes comunitários de saúde e de combate a endemias. A
proposta, de alto impacto fiscal — estimado pelo relator, senador Wellington
Fagundes (PL-MT), em até R$ 17 bilhões por
ano — segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
Se os deputados
aprovarem o texto sem mudanças, ele será enviado para sanção presidencial; caso
contrário, retornará ao Senado. O governo se posicionou contra o projeto e
admite recorrer ao STF caso a medida avance, alegando risco ao equilíbrio das
contas públicas em 2026.
Autor da
proposta, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e Fagundes defenderam que
o investimento se paga por reduzir internações, surtos e custos do SUS. O
relator rejeitou classificações de “privilégio”,
afirmando que “o custo de não investir
nos agentes é muito maior”.
O texto prevê
aposentadoria com integralidade e paridade. Homens poderão se aposentar aos 52
anos, mulheres aos 50, ambos com mínimo de 20 anos de atividade. Também é
possível a aposentadoria com 15 anos na função e 10 em outra ocupação.
A CNM
(Confederação Nacional de Municípios) divulgou nota classificando a proposta
como “pauta-bomba”,
prevendo impacto de até R$ 103 bilhões nos
municípios por elevar o déficit dos regimes próprios de previdência, que já
somam mais de R$ 1,1 trilhão.
Em outubro, a
Câmara aprovou uma PEC similar, relatada por Antonio Brito (PSD-BA), com
impacto estimado em R$ 5,5 bilhões até
2030, mas o texto ainda não avançou no Senado.
O presidente
Davi Alcolumbre (União-AP), que apoiou a votação do projeto, afirmou que o
compromisso de pautá-lo era antigo e reprovou críticas por suposta “bomba fiscal”.
“É de se ficar indignado (…) sermos atacados porque estávamos defendendo
milhares de pessoas que salvam vidas”, disse no plenário.
Diario do poder
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