O voto do ministro Luiz Fux expôs, de forma
contundente, a profunda crise moral e institucional que atravessa o Supremo
Tribunal Federal. Longe de representar mera divergência jurídica, sua
manifestação trouxe à luz tensões internas e revelou à sociedade as fraturas
que hoje comprometem a harmonia e a autoridade da mais alta Corte do país.
Ao adotar um posicionamento firme, Fux deixou claro seu
desconforto com o rumo de determinadas decisões que, em sua avaliação, ameaçam
a coerência do tribunal e a própria segurança jurídica. Seu voto não se mostrou
isolado: é reflexo de um ambiente de polarização que divide ministros não
apenas no mérito dos casos, mas na compreensão do papel constitucional do STF.
A gravidade da crise reside no impacto direto sobre a
confiança popular. O Supremo, guardião da Constituição, precisa se reencontrar
com sua missão essencial: assegurar estabilidade institucional, proteger
direitos fundamentais e agir com previsibilidade. Quando decisões passam a ser
percebidas como fruto de disputas políticas, e não de interpretações técnicas
da lei, instala-se um perigoso clima de desconfiança que fragiliza a
democracia.
O alerta dado por Fux deve ser levado a sério. É hora de
o STF recuperar sua unidade e autoridade moral, sob pena de ver sua
legitimidade corroída de forma irreversível — um risco que o país não pode se
dar ao luxo de correr.
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