Ninguém em sã consciência desmerece o talento e a
história musical de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque. Eles são
ícones da MPB. Mas uma coisa é a arte — outra, bem diferente, é a postura
política. E nesse campo, a decepção é grande, especialmente para quem está do
lado direito do espectro.
Hoje, os três se levantam contra a proposta de anistia,
bradando discursos inflamados. Mas há um detalhe incômodo: eles próprios
foram beneficiados pela anistia no passado, quando regressaram ao Brasil
após o exílio. Ou seja, desfrutaram de um benefício histórico, mas agora se
colocam contra sua aplicação a outros. Contradição evidente.
O fato é que há tempos Gil, Caetano e Chico não produzem
nada realmente novo. Vivem do prestígio conquistado décadas atrás, reforçado
por generosos aportes da Lei Rouanet e por convites de governos
aliados, como o de Lula. Não é para sobreviver — afinal, dinheiro não lhes
falta — mas para engordar ainda mais suas contas bancárias.
Recebem fortunas para shows financiados com recursos
públicos e, de quebra, ainda querem ditar regras sobre o que deve ou não ser
anistiado no país. Uma postura, no mínimo, incoerente.
A convocação contra a anistia é um desserviço à
democracia. O trio da MPB, já em idade avançada, deveria estar recolhido ao
legado artístico que construiu, em vez de se engajar em militância partidária.
Porque, no fim das contas, ao invés de inspirar gerações, acabam apenas
incentivando a mesmice e a dependência de verbas públicas.
Robinson Pires.
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