O dia 20 de setembro carrega um significado especial para
Olho D’Água do Borges: é a data que simboliza o nascimento da cidade, marcando
o início de uma trajetória construída com esforço, fé, coragem e espírito
comunitário. Foi nesse dia, em 1929, que os primeiros moradores realizaram a
primeira feira livre da comunidade. Um evento simples, mas de enorme valor, que
se transformou em símbolo da identidade e da força de um povo decidido a
escrever o próprio destino.
A feira representou muito mais do que a troca de
produtos: foi um ato de resistência e esperança. Em meio as dificuldade, oportunidades
escassas e condições de vida deficieis, os moradores do pequeno vilarejo, que
se formava no entorno da antiga Fazenda Olho D’Água, criaram um espaço de
convivência e união. Ali, partilhavam saberes, reforçavam sua fé, fortaleciam
laços de vizinhança e davam os primeiros passos rumo à formação de uma cidade.
O evento teve início com uma missa solene celebrada pelo
missionário alemão Padre Francisco Sohl, conhecido por percorrer a região
levando evangelização e ações sociais. A celebração religiosa imprimiu ao
momento inaugural um espírito de fé, união e propósito coletivo. Assim, o que
nasceu como uma feira popular tornou-se o marco simbólico do surgimento de Olho
D’Água do Borges.
A partir daí, a comunidade se expandiu. Casas foram
erguidas, comércios abertos, e o vilarejo começou a se firmar como referência
regional. O nome “Olho D’Água do Borges” — homenagem às nascentes que brotavam
da fazenda e ao sobrenome de antigos proprietários — consolidou-se como
identidade oficial e, mais tarde, como denominação do município.
A cidade foi literalmente construída pelas mãos do seu
povo: agricultores, pequenos comerciantes, líderes religiosos, donas de casa e
tantos outros que, década após décadas, enfrentaram secas, crises e limitações.
A luta diária, perseverante e silenciosa, moldou o caráter da comunidade: um
povo trabalhador, solidário e comprometido com o bem coletivo.
Em 1976, já como município, o dia 20 de setembro foi
oficialmente incorporado ao calendário local, durante a gestão do prefeito
Antônio Carlos de Paiva, (Caiçara). Desde então, a data passou a ser celebrada
com o tradicional desfile cívico das escolas, consolidando-se como momento de
resgate cultural, memória histórica e fortalecimento do sentimento de
pertencimento.
Hoje, celebrar o 20 de setembro é mais do que recordar o
passado. É reconhecer a luta dos nossos antepassados, que acreditaram no
potencial desta terra e batalharam por saúde, educação, estradas, energia, água
e dignidade. É também reafirmar o compromisso com o futuro, preservando as
raízes que sustentam nossa identidade como comunidade.
Olho D’Água do Borges é fruto da coragem e da esperança
de um povo que transformou uma feira em cidade, e a cidade em lar, que escreveu
sua história com trabalho, fé e solidariedade. Por isso, o 20 de setembro não é
apenas uma data no calendário: é um símbolo de pertencimento, orgulho e
resistência, que deve ser celebrado com gratidão, respeito e esperança por
todos que fazem parte dessa história.
Parabéns Olho D’água do Borges pelos seus 96 anos de fundação!
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