A manutenção da Selic em 15%, anunciada pelo Comitê de
Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (17), faz com que o Brasil tenha
um juro real de 9,51%, o segundo maior do mundo. O ranking foi feito pela
MoneYou e Lev Intelligence, liderado pelo economista-chefe Jason Vieira.
A posição não seria alterada nem se o Comitê de Política
Monetária (Copom) tivesse decidido por um corte de 0,25 ponto percentual,
probabilidade que era estimada por apenas 5% dos agentes do mercado.
O Brasil está atrás da Turquia, que lidera o ranking com
juros reais de 12,34%, e acima da Rússia (4,79%), Colômbia (4,38%) e México
(3,77%). A média de juros entre todos os países é de 1,45%.
No geral, entre 165 países avaliados, 83,64% mantiveram
os juros em suas últimas reuniões de política monetária, enquanto 2,42%
elevaram as taxas e 13,94% cortaram. No ranking com 40 países, 70% mantiveram,
nenhum elevou as taxas e 30% cortaram.
Cenário de incertezas
A projeção considera que o cenário de incertezas
inflacionárias locais continua, “dada a questão fiscal que cria tensão”.
Vieira afirma que a guerra de tarifas cria um desvio de
foco que eleva essas incertezas locais, adicionando maior dificuldade ao Copom
para o corte, “ainda que a inflação tenha demonstrado alívio em confluência com
a queda global do dólar”, avalia.
“A manutenção de juros no Brasil, diferente dos EUA que
tende a cortar em 25 bp, deve ser unânime e recado voltado ao fiscal, diferente
da fala de Powell no FOMC, que pode focar nos dados marginais do mercado de
trabalho para justificar os cortes, apesar da força demonstrada recentemente
pela inflação”, analisa Vieira.
Infomoney
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