A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) a
urgência do Projeto de Lei (PL) da Anistia. A proposta perdoa participantes de
manifestações desde 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições,
mas exclui, até o momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete
condenados pela suposta tentativa de golpe.
O placar foi de 311 a favor, 163 contra e 7 abstenções.
Com a aprovação da urgência, o projeto pode ser votado
diretamente no plenário, sem passar por comissões temáticas, e ser totalmente
alterado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não
definiu a data da votação.
Segundo apurou o Metrópoles, o relator da proposta deve
ser escolhido na próxima semana. A expectativa é que seja um deputado do
Centrão.
Como votou cada deputado do RN:
- Benes Leocádio (União) – Sim
- Carla Dickson (União) – Sim
- Fernando Mineiro (PT) – Não
- General Girão (PL) – Sim
- João Mais (PP) – Sim
- Natália Bonavides (PT) – Não
- Robinson Faria (PP) – Sim
- Sargento Gonçalves (PL) – Sim
Entenda o texto
O projeto foi apresentado em 2023 pelo deputado federal
Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e possui uma redação ambígua e vaga.
“Ficam anistiados todos os que participaram de
manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram por
quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico, prestação
de serviços ou publicações em mídias sociais e plataformas, entre 30 de outubro
de 2022 e a data de entrada em vigor desta lei”, diz o texto.
Na prática, o perdão pode alcançar todos os envolvidos
nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023, além dos caminhoneiros que
bloquearam rodovias pelo país após a derrota de Bolsonaro para o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O projeto perdoa “quaisquer medidas de restrições de
direitos, inclusive impostas por liminares, medidas cautelares, sentenças
transitadas ou não em julgado que limitem a liberdade de expressão e
manifestação de caráter político e/ou eleitoral, nos meios de comunicação
social, plataformas e mídias sociais”.
Ou seja, ela anistia todas as punições que tenham sido
aplicadas a pessoas por se manifestarem politicamente, seja em redes sociais,
jornais, TV ou outros meios de comunicação, mesmo que essas decisões ainda não
tenham sido definitivamente julgadas.
Lula diz que vetará texto
Lula afirmou, nesta quarta-feira (17/9), que vetará o
texto caso seja aprovado pelo Congresso. Deputados governistas classificam a
ação de Motta como uma traição ao Planalto.
Após a votação na Câmara, o projeto seguirá para o
Senado, dependendo do aval do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União
Brasil-AP).
O senador já adiantou que apresentará um texto
alternativo para a Anistia, mas descartou incluir perdão a Bolsonaro, condenado
a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 11 de
setembro.
Metrópoles
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