Seria mais prudente que, antes de se manifestarem, buscassem informações junto ao setor de engenharia da Secretaria de Infraestrutura. Dessa forma, poderiam apresentar cobranças fundamentadas e propor alternativas viáveis, contribuindo de forma construtiva com o executivo. O saneamento básico, por sua própria natureza, demanda tempo, estudos técnicos e investimentos — não sendo possível resolver de forma imediata.
Os problemas atuais são consequência direta da inércia e da falta de interesse político da administração passada, que esteve à frente do município por oito anos. Nesse período, consumiu quase um milhão de reais deixados pela gestão anterior sem apresentar resultados concretos.
A contradição é clara: os mesmos vereadores que hoje exigem respostas rápidas eram aliados da antiga gestão e permaneceram em silêncio enquanto a população sofria com a omissão no tratamento do esgotamento sanitário.
A equipe de engenharia da Secretaria de Infraestrutura já detalhou as pendências herdadas e informou que o prefeito Antonimar Amorim aguarda a liberação de uma emenda parlamentar para viabilizar recursos e amenizar as dificuldades enfrentadas pela população.
Veja o Relatório sobre a situação do Sistema de Esgotamento Sanitário de Olho D’Água do Borges/RN:
A implantação do sistema foi executada com recursos do Convênio nº 0278/2012, firmado com a FUNASA, no valor de R$ 3.171.995,01, totalmente liberado.
Em 30/06/2018, a então prefeita Maria Helena recebeu a última parcela do convênio, no valor de R$ 951.598,51, conforme publicado no Portal da Transparência.
Pendências encontradas
Na análise da planilha orçamentária da gestão Maria Helena, foram identificados pagamentos sem execução:
Por exemplo: Estação Elevatória EE-2
(Baixada, terreno de Naildo Sales):
- gerador de 15 KVA, quadro de comando e extintores;
- Entretanto, gerador, instalações elétricas, chaves de comando e extintores foram pagos, mas nunca entregues.
Problemas atuais constatados
Após assumir a gestão, o prefeito Antonimar
Amorim e a equipe de engenharia realizaram vistorias e constataram:
- Falta de manutenção da rede na gestão anterior, resultando em extravasamentos em diversos pontos da cidade, que já foram solucionados em parte;
- Obstrução no emissário final, numa extensão superior a 200m, impedindo que o efluente chegue à Lagoa de Tratamento;
- Lagoa de Tratamento comprometida, com vegetação alta no seu interior, e rompimento da impermeabilização — mesmo que o esgoto chegasse, não teria tratamento adequado;
- Obstruções em vários trechos importantes da rede, provocando retorno e transbordamento de esgoto para residências;
- PV’s sem continuidade, como o PV-121 (Conjunto Joaquim Tavares), que recebe efluente mas não possui saída, extravasando em períodos de maior volume;
Imagens de satélite confirmam que o problema da Lagoa de Tratamento já existia há anos, sem que a antiga gestão utilizasse os recursos disponíveis para solucioná-lo. (Imagens abaixo).
Mesmo após receber, em 2018, a última parcela do convênio (R$ 951.598,51), a administração anterior optou por "ampliações" da rede sem resolver as pendências estruturais existentes. Hoje, o sistema cobre cerca de 50% da cidade, mas de forma precária e sem conclusão, causando inúmeros transtornos à população.
Caminho para a solução
Diante desse quadro, o prefeito Antonimar Amorim conseguiu viabilizar apoio político, e conquistou uma emenda parlamentar no valor de R$ 400.000,00, destinada à resolução dos problemas mais graves do sistema de esgotamento sanitário do município.
As perguntas que ficam:
- Será que os vereadores que hoje cobram soluções imediatas, tinham conhecimento de todos esses problemas? Se tinham, por que preferiram o silêncio?
- Diante de tantos problemas estruturais graves e evidentes relatados aqui, alguém acredita que seria possível resolvê-los apenas com o uso de um carro limpa-fossa, como sugerem alguns vereadores da oposição?
Um lembrete: A equipe de engenharia da Secretaria
Municipal de Infraestrutura está à disposição dos vereadores da oposição, para realizar uma exposição detalhada na Câmara Municipal, assim queiram. Dessa
forma, os parlamentares terão acesso direto às informações técnicas necessárias
para compreender a real dimensão do problema e, assim, contribuir de maneira
responsável com propostas e soluções.
Situação da Lagoa de tratamento em 2018 |
Situação da Lagoa de tratamento em 2019 (Já teve uma piora). |
Situação da Lagoa de tratamento em 2022 (Já teve uma piora em relação a 2019 |
Situação da Lagoa de tratamento em 2024. |
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