O Brasil vive, mais uma vez, um momento de inversão de valores e grave ameaça ao Estado Democrático de Direito. O que se vê, cada vez mais, é a consolidação de um poder absoluto e inquestionável nas mãos de poucos ministros — togados, não eleitos — que decidiram ocupar o centro da arena política nacional. A chamada “ditadura da toga” já não é uma hipótese. É uma realidade.
Hoje, não são raros os casos em que cidadãos são
perseguidos, censurados ou até presos por expressarem opiniões políticas
consideradas “inconvenientes”. Ao mesmo tempo, políticos com histórico de
corrupção, alinhados ideologicamente com o projeto de poder vigente, são
absolvidos, perdoados ou blindados por decisões que beiram o absurdo jurídico.
A equação é clara: se você é contra o sistema, será calado. Se é aliado, terá
liberdade — mesmo que esteja afundado até o pescoço em escândalos.
Não se trata apenas de ativismo judicial — já grave por
si só. Trata-se de um controle político travestido de jurisprudência. O Supremo
Tribunal Federal, que deveria ser o guardião da Constituição, tornou-se
protagonista político e censor ideológico. Deixou de julgar com base na lei
para julgar com base em simpatias partidárias e interesses de ocasião.
O que estamos assistindo é a relativização das liberdades
individuais, da liberdade de expressão, da presunção de inocência e do devido
processo legal. A censura prévia, a criminalização do pensamento divergente e a
prisão de adversários políticos não são práticas compatíveis com uma democracia
saudável — são instrumentos típicos de regimes autoritários.
Enquanto isso, corruptos notórios, delatados e
condenados, são reabilitados politicamente, voltam à cena como se fossem
mártires. E o que é mais alarmante: ideologias radicais, como o comunismo —
responsável por milhões de mortes e opressão em diversos países — ganham novo
fôlego, sendo promovidas como soluções sociais. Criticá-las virou tabu.
Combater esse pensamento, um crime.
A pergunta que não quer calar é: até quando a ditadura da
toga vai prevalecer no Brasil? Até quando o povo será silenciado? Até quando as
instituições vão tolerar esse desequilíbrio entre os Poderes da República?
A democracia pressupõe limites. Nenhum poder pode ser
absoluto — nem mesmo o Judiciário. É hora do Congresso Nacional reagir, da
sociedade civil se levantar e dos verdadeiros democratas, de todas as vertentes
ideológicas, dizerem basta. Ou enfrentamos essa escalada autoritária agora, ou
perderemos de vez aquilo que ainda nos resta de liberdade.
Não se trata aqui de defender um lado político
específico, mas sim de exigir coerência, isonomia e respeito à liberdade
individual. Um país não pode se dizer democrático enquanto pune a divergência
política com prisão e recompensa a corrupção com foro privilegiado, indultos e
homenagens.
A justiça, para ser legítima, precisa ser cega para
ideologias e imparcial diante do poder. Quando ela serve como instrumento de um
projeto político, todos perdem — inclusive aqueles que hoje se acham protegidos
por ela.
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