O Indicador Criança Alfabetizada aponta que 60,7% das
crianças do Rio Grande do Norte não estavam alfabetizadas até o final do 2º ano
do ensino fundamental em 2024, na rede pública de ensino. Os dados foram
divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e colocam o estado como terceiro
pior no ranking nacional.
O Indicador é construído com base em avaliações aplicadas
pelos sistemas estaduais de ensino. A prova contém 16 questões de múltipla
escolha e três questões abertas, incluindo uma produção de texto. O critério de
avaliação considera se a criança é capaz de ler pequenos textos, identificar
informações em textos curtos e interpretar tirinhas e quadrinhos, mesmo com
eventuais desvios ortográficos.
O estado ficou abaixo da média nacional, que alcançou
59,2% em 2024. O índice brasileiro cresceu 3,2 pontos percentuais em relação a
2023, quando era de 56%, aproximando-se da meta para 2024 de 60% prevista pelo
Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA).
A coordenadora do programa de formação do Compromisso
Nacional Criança Alfabetizada no RN, Elaine Sobral, defende que “não é possível
verificar possíveis repercussões da formação nesse resultado” e que “no final
do ano passado ainda estávamos desenvolvendo as atividades dos primeiros e
segundos módulos da formação nos municípios”, diz.
Conforme Sobral, em setembro vão acontecer seminários
entre educadores da plataforma para discutir como melhorar as práticas na
vivência de formação de crianças no RN.
No ranking nacional, o RN fica à frente apenas de Sergipe
(38,4%) e Bahia (36,0%). De acordo com o MEC, os estudantes potiguares foram
classificados como estando “abaixo do nível 1” de proficiência, a categoria
mais baixa na classificação. Em 2024, o RN subiu 2,3 pontos percentuais. Apesar
disso, não atingiu a meta para o ano, que era de 44%.
Os dados divulgados contemplam 151 municípios potiguares.
Desses, 134 estão abaixo da média nacional. Os percentuais variam entre 21,43%
e 78,95%. Entre os municípios com melhor desempenho em alfabetização estão:
Francisco Dantas (78,95%), Barcelona (74,35%), Encanto (67,02%) e Grossos
(65,35%). Já os piores índices foram registrados em Almino Afonso (21,43%),
Caiçara do Norte (26,47%), Bento Fernandes (29,29%) e Carnaúba dos Dantas
(29,88%). A capital, Natal, não aparece na listagem por município.
A diretora do Núcleo de Educação da Infância (NEI), da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Denise Bortoletto explicou
que esse índice é preocupante e impacta diretamente na formação educacional do
estado: “a criança leva ao longo da sua vida escolar marcas. Quanto menor a
criança, maior a necessidade do professor ser qualificado e formado para lidar
com essas questões. Quando a gente tem o protagonismo das crianças desde as
primeiras séries, elas vão criando concepções. É pensar na criança como um
sujeito crítico”, defende.
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