Olho D'água do Borges/RN -

Eleição de 2010 provou que dois senadores do mesmo grupo podem vencer, e que nem sempre quem governa vence

 

Há exatamente 15 anos atras, o Rio Grande do Norte viveu um marco raro: três das mais tradicionais famílias da política local — Alves, Maia e Rosado — deixaram décadas de enfrentamentos de lado e se uniram em torno de uma aliança poderosa. O resultado foi uma vitória arrasadora. Garibaldi Alves Filho (PMDB) e José Agripino Maia (DEM) foram reeleitos para o Senado, enquanto Rosalba Ciarlini (DEM) foi eleita governadora já no primeiro turno.

Aquele pleito marcou o último grande fôlego das oligarquias tradicionais do estado, que, unidas, dominaram as urnas e demonstraram força eleitoral impressionante. O sucesso da chapa mostrou que é plenamente possível dois senadores do mesmo campo político se elegerem simultaneamente, além de conquistar o governo. Tudo depende do contexto político e, sobretudo, dos erros cometidos pelos adversários.

Outro marco daquela eleição foi a quebra de uma expectativa até então comum: a de que governadores que deixam o cargo para disputar o Senado têm eleição garantida. Wilma de Faria (PSB), que renunciou ao governo para tentar uma vaga no Senado, entrou na disputa com avaliação em queda e tropeços estratégicos. Sua campanha ficou engessada, sem espaço para atacar adversários por temer perder o apoio de prefeitos e do então influente deputado federal Henrique Alves (PMDB).

O desfecho foi sua derrota — e uma lição que segue atual. A eleição de 2010 mostrou que não existe vaga cativa no Senado, nem garantia de espaço para todos os campos ideológicos. Apostar que uma cadeira será da direita e outra da esquerda é ignorar a imprevisibilidade e a dinâmica do processo eleitoral.

O episódio também serve de alerta para a atual governadora, Fátima Bezerra (PT), que poderá disputar o Senado em 2026. Se quiser chegar competitiva, precisará manter presença e ações política constante e articulação estratégica. A história já mostrou que abrir mão da disputa antes da hora pode ser um erro — mesmo para quem já governou.

 

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