Nos últimos dias, a governadora Fátima Bezerra tem
intensificado sua presença no Oeste potiguar. A cada semana, uma nova cidade
entra na rota. Comitiva formada, faixas estendidas, palanques armados,
discursos feitos. Mas a dúvida que paira no ar — e na mente de muitos cidadãos
— é inevitável: trata-se de inaugurações legítimas de obras ou de uma turnê
eleitoral disfarçada de gestão?
É compreensível que uma chefe do Executivo estadual queira
mostrar serviço. Faz parte do jogo democrático. Porém, o que preocupa é a
recorrente prática de transformar atos administrativos em espetáculos de
autopromoção. Em muitos desses eventos, são entregues obras iniciadas por
gestões anteriores, anunciadas pela segunda ou terceira vez, ou — pior — sequer
finalizadas de fato.
Há casos em que a “inauguração” se resume a uma placa
simbólica, sem que a obra esteja plenamente funcional. Outras vezes, a presença
da governadora serve apenas para autorizar o início de algo que ainda depende
de licitação ou recursos federais. O que se vende como realização concreta,
muitas vezes, não passa de encenação política.
Não se trata de desmerecer, toda e qualquer ação do governo
estadual. Mas é justamente por isso que se espera mais seriedade e menos teatro
eleitoreiro. O cidadão do Oeste e de todo o RN, está cansado de marketing
institucional. Ele quer entregas reais, serviços que funcionem, e investimentos
que cheguem de verdade à ponta.
Se a governadora quer reforçar sua presença no interior, que
o faça com compromisso e resultado. Porque, no fim das contas, o povo sabe
distinguir obra entregue de promessa reciclada. E, em tempos de desconfiança
política, andar demais sem entregar o suficiente pode sair mais caro do que
ficar no gabinete.
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