O procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet,
arquivou uma representação da senadora Damares Alves (Republicanos) que
solicitava a investigação do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, do
atual titular da pasta, Wolney Queiroz, e do ex-presidente do Instituto
Nacional de Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, por prevaricação no
âmbito do escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
No pedido, a parlamentar alegava que os três colaboraram
para que o esquema de corrupção tivesse continuidade na máquina pública,
gerando um prejuízo bilionário aos cofres da União, apesar de terem sido
alertados a respeito dos descontos indevidos durante reunião do Conselho
Nacional da Previdência Social em 2023.
Gonet, porém, afirmou que Damares não apresentou
elementos suficientes que configurassem “ato imputável a nenhuma
autoridade com prerrogativa de foro.”
“Para que haja o deslocamento da competência no caso de
investigações iniciadas em primeiro grau, não basta, no entanto, que seja
identificada a simples menção ao nome de autoridades detentoras de prerrogativa
de foro em depoimentos prestados por testemunhas ou investigados, ou na
captação de diálogos travados por alvos de escuta telefônica judicialmente
autorizada”, diz trecho da manifestação do PGR.
“De modo semelhante, a simples existência de informações
fluidas e dispersas a respeito de autoridades com prerrogativa são
insuficientes para o deslocamento da competência para o juízo hierarquicamente
superior”, acrescentou.O PGR destacou ainda a existência de uma investigação em
curso na primeira instância.
Segundo ele, a atribuição da supervisão do INSS às
funções de Wolney Queiroz e Lupi, enquanto ministros, “não constitui
individualização mínima da conduta dos representados, não havendo indícios
suficientes de autoria e materialidade que justifiquem o início de uma
investigação ou a sua inclusão na investigação já em curso”.
O Antagonista
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