O Brasil vive tempos sombrios. Aquilo que deveria ser um
Estado democrático de direito parece cada vez mais inclinado ao autoritarismo
institucional. As decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) revelam um
protagonismo exagerado e, por vezes, abertamente antidemocrático, enquanto o
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, adota declarações e
posturas que beiram o deboche diante das necessidades reais da população.
O STF, originalmente concebido como guardião da
Constituição, tem agido como legislador, censor e, em muitos casos, como ator
político. Decisões monocráticas com impactos profundos, sem debate público ou
consenso no plenário, se tornaram comuns. Em vez de defender a liberdade, a
Corte parece cada vez mais inclinada a restringi-la. A censura de conteúdos em
redes sociais, a criminalização de discursos e o enquadramento seletivo de
opositores criam a sensação de que vivemos sob uma “ditadura togada”, onde a toga
pesa mais do que a vontade popular.
Enquanto isso, Lula, em seu terceiro mandato, mostra-se
mais empenhado em alimentar rivalidades ideológicas do que em governar com
responsabilidade. Suas falas públicas frequentemente demonstram desprezo pelas
urgências nacionais, e seu comportamento muitas vezes é descolado da realidade
da maioria dos brasileiros. Em vez de apresentar soluções, o presidente recorre
a discursos revanchistas, culpando gestões passadas e o “sistema” por tudo o
que não consegue (ou não quer) resolver.
Os problemas reais continuam a se acumular: saúde pública
abandonada, educação defasada, insegurança crescente e um sistema tributário
injusto que penaliza os mais pobres. Enquanto isso, o povo brasileiro assiste a
um espetáculo deprimente de vaidades institucionais, em que interesses pessoais
e jogos de poder se sobrepõem ao bem comum.
O Brasil não é isso. O país merece instituições que respeitem a democracia, não que a manipulem. Merece líderes que honrem seu cargo com seriedade, não com teatralidade. O que vemos hoje — com um Supremo acima da Constituição e um presidente em permanente campanha — é uma vergonha mundial. Mas ainda há tempo de mudar, se houver coragem e vontade popular de restaurar a verdadeira república.
0 comentários:
Postar um comentário