O Rio Grande do Norte vive uma crise fiscal profunda e crescente. Com 39% de sua receita comprometida com o pagamento de aposentadorias, o Estado enfrenta um déficit previdenciário que ultrapassa os R$ 150 milhões por mês. Em 2019, quando a governadora Fátima Bezerra (PT) assumiu o cargo, esse rombo era de cerca de R$ 100 milhões mensais —, mas nos últimos anos o problema apenas se agravou.
A situação das finanças estaduais é alarmante. A dívida
com precatórios, por exemplo, disparou de R$ 900 milhões em 2019 para R$ 5
bilhões em 2024 — um salto de mais de 600%. O Estado potiguar também lidera o
ranking nacional de comprometimento da receita com a folha de pagamento: mais
de 64% da receita corrente líquida é direcionada ao gasto com pessoal, um
índice que ultrapassa o limite prudencial e sinaliza um modelo claramente
insustentável.
Outro fator que pressiona as contas públicas é a
judicialização da saúde. Procedimentos que poderiam custar R$ 20 mil, passam a
gerar despesas de até R$ 280 mil quando determinados por decisões judiciais,
comprometendo ainda mais o já combalido orçamento estadual.
Especialistas apontam que o Rio Grande do Norte caminha
para uma situação de colapso financeiro se medidas drásticas não forem tomadas.
A principal delas seria uma reforma previdenciária, considerada urgente por
diversos analistas. No entanto, segundo críticos da atual gestão, a governadora
Fátima Bezerra tem evitado enfrentar esse debate com a profundidade e a
seriedade necessárias.
Fátima, que tem uma trajetória ligada ao sindicalismo e
ao Partido dos Trabalhadores, é acusada por opositores de ter contribuído para
o desequilíbrio fiscal do Estado ao longo de décadas, incentivando aumentos de
gastos que o RN não tinha condições de sustentar. Agora, à frente do governo,
enfrenta o desafio de reverter um quadro que, em muitos aspectos, ela própria
teria ajudado a construir.
O cenário exige responsabilidade, coragem política e decisões impopulares — algo que, até aqui, tem faltado à atual administração. Enquanto isso, o buraco negro das finanças do Rio Grande do Norte continua a crescer, ameaçando engolir de vez a capacidade do Estado de prestar serviços essenciais à população.
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