Em declaração pela manhã em frente ao Palácio da
Alvorada, Bolsonaro mostrou uma imagem que reproduzia a manchete da edição
imprensa da Folha de S.Paulo desta terça-feira e, referindo-se à manchete
"Novo diretor da PF assume e acata pedido de Bolsonaro", disse que
interferiu na corporação. "Que imprensa canalha a Folha de S.Paulo.
Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo. O atual superintendente do Rio de
Janeiro, que o ex-ministro Sergio Moro disse que eu quero trocar por questões familiares".
Não tem nenhum parente meu investigado pela Polícia Federal,
nem eu nem meus filhos, zero. Uma mentira que a imprensa replica o tempo todo,
dizer que meus filhos querem trocar o superintendente da PF no Rio,
completou o presidente. Nomeado um dia antes, o novo diretor-geral da Policia Federal, Rolando Souza, decidiu trocar a chefia da Superintendência da PF no Rio de Janeiro, foco de interesse da família de Jair Bolsonaro. Carlos Henrique Oliveira, atual
chefe da PF no estado, foi convidado para ser o diretor-executivo, número dois
na hierarquia do órgão.
Durante sua fala, Bolsonaro foi questionado por
jornalistas se havia pedido a mudança na superintendência da PF no Rio. Foi aí
que ele disse para os profissionais calarem a boca. "Cala a boca, não
perguntem nada", respondeu a um primeiro questionamento, feito por uma
repórter de O Estado de S. Paulo. "Folha de S.Paulo, um jornal patife e
mentiroso". Questionado em seguida pela Folha, o presidente gritou
novamente: "cala a boca, cala a boca".
Moro disse em sua despedida que Bolsonaro queria trocar o
diretor-geral para interferir politicamente na polícia. O ex-ministro afirmou
também que o presidente queria mudanças no Rio e em Pernambuco. Como mostrou o
Painel, da Folha, Alexandre Ramagem, que teve a nomeação suspensa pelo STF
(Supremo Tribunal Federal), também já tinha decidido trocar o comando da PF no
Rio.
Neste terça-feira, para rechaçar que teria promovido
ingerência na PF, Bolsonaro disse que Carlos Henrique Oliveira será
diretor-executivo da corporação, o "zero dois" da estrutura da
polícia. "Para onde ele, Oliveira está indo? Para ser diretor-executivo
da Polícia Federal. Ele vai sair da superintendência, são 27 superintendências para ser diretor-executivo. Eu tô trocando ele? Eu tô tendo influencia sobre a
Polícia Federal? Isso é uma patifaria", afirmou.
"Ele está saindo de lá do RJ para ser
diretor-executivo a convite do atual diretor-geral. Não interferi nada. Se ele
fosse desafeto meu e, se eu tivesse influência na Polícia Federal, ele não iria
para lá. Não tenho nada contra o superintendente do Rio de Janeiro e não
interfiro na PF".
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