Segundo o levantamento, concluído antes de mais uma
participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em manifestações
favoráveis à intervenção militar e ao fechamento do Congresso Nacional e do
Supremo Tribunal Federal, agora 27% avaliam a atual administração como ótima ou
boa – o que corresponde a uma queda de 4 pontos percentuais em relação à semana
anterior.
A pesquisa indica que, no mesmo período, subiu de 42%
para 49% o grupo dos eleitores que avaliam o governo como ruim ou péssimo. Já
os que veem a gestão como regular somam 24% da população – mesma marca de uma
semana atrás.
As expectativas do eleitorado para o restante do mandato
do presidente Jair Bolsonaro apresentaram movimento semelhante. Agora, 46%
esperam uma gestão ruim ou péssima, salto de 8 pontos percentuais em uma
semana. E 30% estão otimistas com o governo.
É a quarta vez seguida em que as expectativas negativas
superam numericamente as positivas, mas a primeira em que essa diferença supera
a margem máxima de erro, de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
O resultado retrata uma expressiva deterioração da imagem
do governo junto ao eleitorado. Há exatamente um ano, 47% tinham expectativa de
um restante de mandato ótimo ou bom, e 31% esperavam uma gestão ruim ou
péssima.
O último salto coincide com a demissão de Sérgio Moro do
Ministério da Justiça e Segurança Pública, que foi durante a maioria dos 16
meses de governo a figura mais popular da administração – sendo ultrapassado
por Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, em meio ao avanço da pandemia
do novo coronavírus.
A crise entre Bolsonaro e Moro também piorou
drasticamente a imagem do governo em relação ao combate a crimes de colarinho
branco. De acordo com a pesquisa, 45% dos eleitores acreditam que a corrupção
aumentará nos próximos seis meses – alta de 15 pontos em relação ao
levantamento de março.
Já o grupo dos que esperam uma diminuição da corrupção
minguou de 27% para 18%. Outros 34% acreditam que o quadro permaneça como está.
Sérgio Moro deixou o governo sob a alegação de insistentes tentativas do
presidente de interferir na Polícia Federal. O estopim para o movimento foi a
exoneração de Maurício Valeixo, figura de confiança do ex-juiz, da
direção-geral da corporação.
A percepção de piora no enfrentamento à corrupção também
coincide com um movimento de aproximação de Bolsonaro com lideranças do chamado
“centrão” – grupo de partidos com forte influência na Câmara dos Deputados. Nos
últimos dias, o presidente ofereceu cargos no governo em troca de apoio
parlamentar – movimento que condenou durante as eleições e mesmo nos 16 meses
iniciais de mandato.
O levantamento mostrou que, para 67% dos entrevistados a
saída de Sérgio Moro do governo tem impactos negativos. Já 10% veem efeitos
positivos e 18% acreditam que o movimento não terá impactos.
Fonte: Infomoney.
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