O clima é de rompimento — ainda que silencioso — entre o
prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e a senadora Zenaide Maia
(PSD). Nada que envolva traição ou mágoas pessoais. O distanciamento, na
verdade, tem interesse político e sobrevivência eleitoral.
Zenaide sempre foi uma parceira importante de Mossoró na
liberação de emendas. Mas há um detalhe que faz toda a diferença. Essas verbas
só chegam porque a senadora mantém boa interlocução com o governo Lula, de quem
é vice-líder no Senado. Se esse elo com o Planalto se rompe, o fluxo de
recursos seca. Ela sabe disso.
Jaime Calado, marido de Zenaide e prefeito de São
Gonçalo, tentou costurar o impossível. Uma chapa de unidade com Allyson
candidato ao Governo do Estado, e Zenaide e Fátima Bezerra disputando o Senado.
Um projeto ousado, porém irrealizável. Allyson não quer — e não vai — se
associar ao desastroso governo Fátima, cujo desgaste o tornaria refém de um
legado que não é seu. Já Zenaide não pretende abrir mão da estrutura federal, e
colocou suas cartas na mesa.
Zenaide condicionou sua permanência no palanque de Cadu
Xavier (PT) à presidência da Caern, uma exigência que está sendo avaliada por
Fátima. Se for atendida, a
senadora segue no barco petista. Caso contrário, embarca com Allyson.
No fim, não se trata de ideologia nem de lealdade.
Trata-se de espaço, influência e orçamento. Como quase tudo na política
potiguar.
0 comentários:
Postar um comentário