Habemus papam. Com essa frase, o cardeal norte-americano
Robert Francis Prevost foi apresentado nesta quinta-feira (8) ao mundo como o
267º papa da Igreja, diretamente da sacada central da Basílica de São Pedro, no
Vaticano.
O nome escolhido pelo novo pontífice é Leão XIV. Ele
sucede Francisco, falecido no último dia 21.
O anúncio de Robert Francis Prevost aconteceu pouco mais
de uma hora depois que fumaça branca surgiu, no início da tarde desta
quinta-feira (8), da chaminé instalada sobre a Capela Sistina, sinalizando que
os 133 cardeais reunidos haviam chegado a um consenso.
A escolha do novo papa se deu após a terceira votação do
dia e a quarta votação geral, iniciada na quarta-feira (7). A fumaça branca
colocou a multidão reunida na Praça de São Pedro em êxtase.
Próximos passos
Segundo o Vaticano, após a aparição de Robert Francis
Prevost na janela da Basílica de São Pedro, ele retorna à Capela Sistina, onde
inicia-se uma breve cerimônia, introduzida pela saudação do cardeal mais antigo
da Ordem dos Bispos.
O cardeal-sacerdote mais antigo lê então uma passagem do
Evangelho, que pode ser “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja” ou “Apascenta as minhas ovelhas”. O protodiácono, em seguida, oferece
uma oração pelo papa recém-eleito.
Logo depois, todos os cardeais eleitores, em ordem de
precedência, aproximam-se para saudar o novo pontífice e jurar-lhe obediência.
A cerimônia termina com o canto do Te Deum, conduzido pelo próprio papa
recém-eleito.
Do Peru ao Vaticano
Nascido em 1955 em Chicago, nos Estados Unidos, em uma
família de origens europeias, Prevost também tem nacionalidade peruana por ter
vivido por quase duas décadas no país andino, onde iniciou a carreira como
missionário agostiniano e chegou a bispo
Apesar da proximidade do último papa, considerado
progressista, ele tem formação em direito canônico pela Pontifícia Universidade
de Santo Tomás de Aquino, o que pode agradar setores da igreja que privilegiam
uma abordagem centrada na teologia.
Além de prefeito dos bispos, Francisco também o nomeou
presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, voltada ao estudo de
questões referentes à vida e ao desenvolvimento da igreja na região.
Segundo reportagem do jornal The New York Times, Prevost
foi elogiado por ter apoiado imigrantes venezuelanos e visitado comunidades
remotas no Peru.
Por outro lado, expressou no passado visões menos
acolhedoras do que as do papa Francisco em relação a pessoas LGBTQIA+ e, como
bispo em Chiclayo, no Peru, se opôs a um plano do governo local para incluir
ensinamentos sobre gênero nas escolas.
Foi também criticado por sua condução de casos em que
padres foram acusados de abuso sexual. O jornal afirma que não teve sucesso em
contactar o cardeal sobre as críticas.
Prevost comentou sobre a responsabilidade dos bispos na
luta contra os abusos na igreja em uma entrevista ao Vatican News, em 2023.
“Não podemos fechar o coração, a porta da Igreja, às pessoas que sofreram por
abusos. A responsabilidade do bispo é grande e acho que ainda temos que fazer
esforços consideráveis ??para responder a esta situação que causa tanta dor na
Igreja”, disse.
Agência Brasil
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