Os senadores potiguares José Agripino Maia (DEM) e
Garibaldi Alves Filho (PMDB) envergonharam o Rio Grande do Norte. Por
orientação de seus líderes, e no caso de Agripino Maia ele é líder dele mesmo,
já que é presidente nacional do DEM, votaram pelo “Não”, ou seja, contra
o afastamento do senador tucano Aécio Neves, contrariando assim a decisão da
Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que havia determinado o
afastamento de Aécio Neves do mandato de senador. Com isso, Aécio poderá
retomar as atividades parlamentares. Para retomar o mandato, o tucano precisava
de, pelo menos, 41 votos. Obteve 44.
A decisão do colegiado da Corte de Justiça Suprema do
país foi motivada pela acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) com
base nas delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F. O senador foi
gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário e está sendo acusado dos crimes de
corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Mas o corporativismo prevaleceu no Senado. Não só isso,
segundo o jornalista Josias de Souza, o presidente Michel Temer comprou a
salvação do senador Aécio Neves com a liberação de R$ 200 milhões em emendas
aos senadores que votaram pelo “Não”.
“Não basta a Aécio dizer ‘muito obrigado. Temer espera
receber sua retribuição na Câmara, onde tramita a segunda denúncia da
Procuradoria contra ele. Aécio já ajudara a organizar o enterro da primeira
denúncia. O Planalto espera que auxilie muito mais no segundo velório. Uma mão
lava a outra. Mas o resto permanece sujo. O ruído que se ouve ao fundo é o eco
do diálogo vadio que Aécio manteve com o delator Joesley Batista”, afirma o
jornalista. Na conversa, Aécio negocia R$ 2 milhões em propinas, que foram
entregues a seu primo Fred Pacheco, hoje em prisão domiciliar”, completa o
jornalista.
Fato é que no próximo ano tem eleições e os senadores
José Agripino Maia e Garibaldi Alves Filho são candidatos naturais a reeleição.
Mas será que o povo esquece o ato vergonhoso que cometeram? Será que o eleitor
vai ainda depositar algum crédito nestes parlamentares que votaram contra o
afastamento de um senador flagrado em gravação pedindo R$ 2 milhões a um
empresário e que está sendo acusado por crimes de corrupção passiva e obstrução
da Justiça? Será?
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