A olho nu, é difícil distinguir uns dos outros. As
semelhanças são gritantes: políticos, mais ou menos da mesma geração, filiados
ao mesmo partido, todos muito amigos do presidente da República. Só uma coisa
os diferencia: o foro privilegiado. Quem não tem está atrás das grades. Quem
tem continua do lado de fora, vivendo no Brasil da impunidade.
Os brasileiros que quiserem enxergar o tamanho do prêmio
que a Câmara concedeu a Michel Temer e aos ministros palacianos Moreira Franco
e Eliseu Padilha deve prestar atenção à rotina carcerária de Sergio Cabral,
Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves.
Cabral cutucou Marcelo Bretas com o pé para checar se é
verdade que o juiz morde. Foi enviado para um presídio federal de segurança
máxima no Mato Grosso do Sul. Geddel escondeu R$ 51 milhões num cafofo de
Salvador. Puxa cadeia na Papuda.
Cunha ensaiou uma pose de delator. Acabou delatado pelo
cúmplice e operador de propinas Lúcio Funaro. Henrique Alves quis brincar de
esconde-esconde patrimonial. Complicou a existência de um ex-assessor, preso, e
da mulher, cuja casa foi varejada por uma batida da Polícia Federal.
Enquanto a banda presa do PMDB se complica, a ala
premiada da legenda ganhou da Câmara uma camada extra de proteção. Temer,
Padilha e Moreira já dispunham do foro privilegiado. Ganharam da Câmara um
escudo que impede o Supremo Tribunal Federal de tocar adiante as denúncias que
lhes pesam sobre os ombros.
O PMDB preso é a antessala do Brasil do futuro. O PMDB premiado
é o quartinho de despojos do Brasil do faturo.
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