Olho D’Água do Borges celebra, hoje, 62 anos de
emancipação política, uma data que representa um verdadeiro divisor de águas em
sua história e que deve ser lembrada, sobretudo, a partir de suas origens.
Antes de se tornar cidade, Olho D’Água do Borges foi luta, pertencimento e
identidade construída ao longo do tempo por famílias que fincaram raízes nesta
terra e ajudaram a moldar seu caráter social e cultural.
A emancipação política ocorreu por meio da Lei Estadual
nº 2.998, de 17 de dezembro de 1963, quando Olho D’Água do Borges foi elevado à
categoria de município do Rio Grande do Norte. Até então, a localidade havia
sido distrito de Patu e, posteriormente, de Almino Afonso. A sanção da lei oficializou
o desmembramento do território de Almino Afonso, atendendo a um antigo e
legítimo anseio da população local.
A criação do município não foi um simples ato
administrativo. Representou, na verdade, o reconhecimento político de uma
comunidade que já existia na prática, com vida social, econômica e cultural
próprias, e que reivindicava o direito de gerir seus próprios destinos. A
emancipação simbolizou a maturidade de um povo que já se via como município
muito antes de sê-lo oficialmente.
Com a separação de Almino Afonso, Olho D’Água do Borges
passou a escrever sua própria história. A instalação do município possibilitou
decisões mais próximas da realidade local, maior controle sobre os recursos
públicos e a expectativa de um desenvolvimento pensado de dentro para fora. Foi
um passo decisivo para que a cidade deixasse de ser apenas um distrito e
assumisse, formalmente, o protagonismo de sua trajetória.
Ao longo dessas seis décadas, o município construiu sua
caminhada entre avanços e desafios, sempre sustentado pela força, pela
resiliência e pelo trabalho de seu povo. A emancipação política foi apenas o
ponto de partida de um processo contínuo, que exige, a cada geração,
responsabilidade administrativa, compromisso com o interesse público e respeito
à memória daqueles que lutaram para que Olho D’Água do Borges tivesse
existência própria.
Celebrar os 62 anos de emancipação é, portanto,
reverenciar essa origem, reconhecer a importância histórica do desmembramento
que deu nascimento ao município e reafirmar o valor da autonomia conquistada. É
lembrar que Olho D’Água do Borges não surgiu por acaso, mas por decisão
política, mobilização popular e pela convicção de que esta terra tinha — e
continua tendo — condições de caminhar com as próprias pernas.
Que a memória desse ato histórico permaneça viva e que a emancipação, conquistada por lei, seja honrada diariamente com trabalho, seriedade e compromisso com o futuro do município.