Olho D'água do Borges/RN -

Corrida contra o tempo

A governadora Fátima Bezerra (PT) aposta todas as fichas nos recursos da cessão onerosa do pré-sal para diminuir a dívida com o servidor público. Não tem “plano B”.

Dinheiro federal é o único plano que o governo estadual tem. Daí, todos os refletores estão voltados para a Câmara dos Deputados, onde tramita a proposta de emenda à Constituição (PEC) que garante a divisão dos recursos do pré-sal com estados e municípios.

A proposta passou pelo crivo do Senado, com valores definidos: R$ 10,5 bilhões para dividir entre os estados e igual valor destinados para os municípios. O leilão do pré-sal vai render algo em torno de R$ 106 bilhões, com 67% ficando para a União e um montante de R$ 30 bilhões para saldar uma dívida com a Petrobras.

O problema é que a PEC precisa ganhar velocidade na Câmara para ser aprovada antes do leilão do pré-sal, previsto para o dia 6 de novembro e, assim, permitir que o “dinheiro novo” chegue ainda este ano nos cofres de estados e municípios.

O caminho é longo – e complicado - uma vez que depois de a Câmara aprovar esta proposta, o Governo Federal ainda precisa enviar um projeto de lei regulamentando a divisão dos recursos do pré-sal. Dessa forma, o ideal é que a PEC seja promulgada até o dia 15 de outubro, daqui a três semanas.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara promete retomar as discussões sobre a cessão onerosa nesta semana. A pauta terá prioridade no colegiado a partir de terça (24) ou quarta-feira (25). A tramitação, porém, não será tranquila, isso porque os estados do Sul e Sudeste seguem pedindo uma fatia maior da verba que será arrecadada com a exploração do petróleo.

Esses estados reclamam que como a divisão do dinheiro será feita de acordo com os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), os repasses maiores ficarão para estados e municípios do Norte e Nordeste. Como se sabe, o FPE e FPM têm critérios que visam reduzir as desigualdades regionais, priorizando regiões menos favorecidas, como são o Norte e o Nordeste.

Pois bem, o único plano do governo Fátima para atenuar o sofrimento do servidor, castigado com três folhas salariais atrasadas, não é uma certeza para este ano, embora exista um sentimento no Congresso que é preciso socorrer estados e municípios no apagar das luzes 2019, período em que as despesas com pessoal aumentam. Porém, não há como cravar que a questão será resolvida antes do leilão do pré-sal, que acontecerá daqui a 45 dias.

Portanto, de certo, o Governo do RN conta com apenas os R$ 123 milhões que sobraram da venda da conta única do Estado para o Banco do Brasil, e que entrarão em dezembro. Esse valor servirá apenas para completar o 13º salário de 2019.

Daí, é rezar pela boa vontade da Câmara dos Deputados para que a PEC da cessão onerosa possa ser aprovada a galope. Do contrário, o servidor público potiguar terá um Natal magro.

Fonte: Cesar Santos.


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