Na semana passada, o Congresso aprovou a destinação de R$ 5,7 bilhões
para o Fundo Eleitoral. Caso essa mesma quantia
fosse destinada ao combate da pandemia, o governo federal conseguiria comprar
doses suficientes para vacinar toda a população elegível (158 milhões de
pessoas) e ainda sobraria dinheiro para custear quase 200 mil diárias de UTI.
Por cerca de R$ 16 a dose, a Fundação Oswaldo Cruz
fornece os imunizantes contra a doença desenvolvidos em parceria com a
AstraZeneca/Oxford. O custo para duas aplicações em cada brasileiro com mais de
18 anos (idade mínima para receber a vacina) seria de cerca de R$ 5 bilhões — e
ainda restariam R$ 644 milhões, “troco” que permitiria contratar 214 mil
diárias nos leitos de internação de alta complexidade. Os R$ 5,7 bilhões
aprovados para o “Fundão” também comprariam aproximadamente 3 milhões de
cilindros de 50 litros de oxigênio.
Fundão Eleitoral
Além de estarmos vivendo uma crise sanitária, a bolada
aprovada pelos parlamentares para custear campanhas eleitorais é mais que os R$
2 bilhões do ano passado e mais que o triplo das eleições de 2018. A
distribuição de dinheiro pode contemplar 34 partidos de forma desigual. As sete legendas do topo da
lista — PT, PSL, MDB, PP, PSD, PSDB e DEM — receberiam cerca de R$ 3 bilhões,
valor equivalente a 150 milhões de testes rápidos ou 3 bilhões de máscaras
cirúrgicas.
O envio do dinheiro do pagador de impostos para as
campanhas eleitorais em 2022 ainda precisa ser aprovado pelo presidente Jair
Bolsonaro. O chefe do Executivo, no
entanto, já anunciou que vai vetar “a cifra enorme”.
0 comentários:
Postar um comentário