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Wajngarten é um mentiroso, mas a mentira na CPI pode ser mais ampla

 

O ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten é um mentiroso, como demonstra o seu depoimento na CPI da Covid. Mentiu quando disse que não havia afirmado em entrevista ao jornalista Policarpo Jr. que ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello pecava por incompetência. Mentiu quando disse que a Secom fez a publicidade correta sobre os protocolos sanitários necessários para combater o vírus. Mentiu quando afirmou que Jair Bolsonaro não foi suficientemente informado sobre a gravidade da pandemia. Com a expressão assustada, Wajngarten perdeu a arrogância que cultivava quando comandava a Secom, mas continua a servir de guardião das lorotas bolsonaristas.

Na entrevista a Policarpo Jr, Fabio Wajngarten tentou empurrar para Eduardo Pazuello a inteira responsabilidade da gestão desastrosa da pandemia. Por isso falou em “incompetência” do ex-ministro. Hoje, tentou mudar a versão, mas a divulgação do áudio da entrevista a Policarpo Jr. desmentiu o Pinóquio. O que mudou de lá para cá? É que o ex-ministro da Saúde começou a dar sinais vigorosos de que não aceitará assumir toda a culpa, de que não será um soldado tão obediente como se imaginava. Que poderá entregar o comandante do massacre: o presidente Jair Bolsonaro.

Eduardo Pazuello está fugindo do depoimento da CPI da Covid não porque seja um covarde, mas porque o Planalto e adjacências agora tentam encontrar uma forma de evitar que o ex-ministro da Saúde conte toda a verdade, a fim de poupar o presidente da República. Como foi noticiado, Eduardo Pazuello ameaça até tirar a AGU da sua defesa, o que resultou no corre-corre atrás de um habeas corpus para cancelar o seu depoimento ou permitir que ele fique calado na próxima quarta-feira, data prevista para a sua aparição apoteótica na CPI da Covid.

Quanto aos inquiridores no teatro na CPI da Covid, é de se perguntar se realmente interessa a boa parte deles que Eduardo Pazuello entregue Jair Bolsonaro de maneira a tal inviabilizar a sua permanência no Palácio do Planalto. Qual seria o ponto ideal que possibilitará a sobrevivência do pato manco, sem inocentá-lo de barbaridades cometidas? Afinal de contas, o objetivo de continuar a achacá-lo se casa com o de mantê-lo bem enfraquecido no poder até a eleição presidencial de 2022, e não seria bom para ambos os lados que o depoimento de Eduardo Pazuello causasse clamor ainda maior pela abertura de um processo de impeachment do presidente da República.

Fabio Wajngarten é um mentiroso, mas possivelmente há mentiras mais amplas, gerais e irrestritas na CPI da Covid.

 O Antagonista

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