O avanço dos trabalhos da CPI da Covid deixa cada vez
mais claras as omissões do governo federal na condução da pandemia. O colegiado
está na terceira semana de depoimentos e ouve na quarta-feira (19) testemunha chave para as investigações:
o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
“Muita coisa comprovada e que continuam, enquanto o
governo não tem uma tese de defesa. Qualquer investigação, em qualquer lugar,
você tem um investigado e uma tese de defesa. O governo não tem, então vive de
agredir, de tentar expor as pessoas, confrontar, fazer fake news e mentir”,
afirmou o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL),
ao Congresso em Foco.
Ao insistir no negacionismo,
Jair Bolsonaro complica ainda mais sua situação. É como avalia o relator sobre
a participação do presidente neste domingo (16) em manifestação contra o
lockdown e em apoio ao governo federal. Mais uma vez, Bolsonaro ignorou as
recomendações de autoridades sanitárias e, sem máscara, provocou aglomerações.
“Esse é o maior problema do presidente, que reincide a
cada dia. É isso que o diferencia de qualquer outro chefe de estado. Ele
continua estimulando aglomeração, a cloroquina, contra a vacinação... até agora
não se vacinou”, afirma o senador.
O relator diz que essa insistência do presidente só reforça a responsabilidade da CPI, que não deixará de responsabilizar ninguém. “Poderia ser diferente, como ele não cede, ele se considera inimputável... As coisas tendem a podem piorar”.
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