A Medida Provisória nº 1.227/2024, que trata da restrição à compensação de créditos tributários, já tem impacto na indústria dos combustíveis. O litro da gasolina deve aumentar de R$ 0,20 a R$ 0,36, enquanto o diesel deve subir de R$ 0,10 a R$ 0,23, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos-RN), Maxwell Flor, a elevação dos preços já poderá ser percebida pelos consumidores a partir desta terça-feira (11) a depender da distribuidora.
Em comunicado aos clientes, a distribuidora Ipiranga já anunciou que vai
repassar os novos valores a partir desta terça. “Comunicamos que na próxima
terça, dia 11 de junho de 2024, em adição à dinâmica habitual de repasses, os
nossos preços de gasolina, etanol e diesel serão reajustados em função do
efeito imediato da MP 1.227/24, restringiu a compensação de créditos
tributários de PIS/Cofins”, alertou.
Maxwell Flor ressaltou que a tendência é de que as outras
distribuidoras também repassem os reajustes param os consumidores, uma vez que
a MP, publicada no último dia 4 de junho, já está em vigor. “A Ipiranga foi a
primeira, a outra já disseram que terão reajustes, mas ainda não disseram
quando. Estamos no aguardo, mas a certeza é que teremos impacto. Como é uma MP,
o efeito é imediato, então não tem o que se esperar, não se respeita aquele
período de noventena. Passa a valer de agora já”, explica.
O IBP estima um impacto de R$ 10 bilhões no setor de
combustíveis, considerando apenas a cadeia de distribuição e logística. “A MP
irá onerar vários setores da economia, inclusive os essenciais ao bem-estar da
sociedade, como o de petróleo, gás e combustíveis, que já convive com uma carga
tributária elevada, tendo como consequência a elevação de custos no transporte
público e no frete de cargas e alimentos, entre outros, com impactos negativos
no consumidor final”, diz o instituto em nota.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de
Lubrificantes (Fecombustíveis) também criticou a MP 1.227. “Como consequência
lógica da oneração fiscal, existe a probabilidade de aumento de custos na
cadeia de circulação comercial dos combustíveis, desde os produtores, passando
pelos distribuidores e até o transporte, chegando aos postos e consumidor
final. O eventual aumento de custos nas etapas anteriores também impacta o
segmento de revenda, que passa a necessitar de maior capital de giro em sua
atividade de revenda”, alertou a entidade.
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