Alexandre de Moraes, do STF,
autorizou investigação contra Jair Bolsonaro por causa das acusações
de fraude feitas pelo presidente da República contra o sistema eleitoral,
o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral.
A investigação foi solicitada por Luís Roberto Barroso,
presidente do TSE.
Segundo Moraes, as condutas imputadas a Bolsonaro
configuram os crimes de calúnia, difamação, injúria, incitação ao
crime, apologia ao crime ou ao criminoso, associação criminosa e denunciação
caluniosa.
O ministro do STF também afirmou que os ataques de Bolsonaro afrontam a Lei de Segurança Nacional e o Código Eleitoral. Os crimes atribuídos ao presidentes, no âmbito da LSN, são:
1) tentar mudar o regime vigente ou o Estado de Direito usando violência ou grave ameaça;
2) divulgar meios violentos ou ilegais para alterar a ordem política ou social;
3) incitar a subversão da
ordem política ou social.
No caso específico do Código Eleitoral, Moraes acusa
Bolsonaro de incentivar a abertura de investigação policial ou processo
judicial com base em falso crime.
Para o ministro, “não há dúvidas de que as condutas
do Presidente da República insinuaram a prática de atos ilícitos por membros” do
STF por meio do “modus operandi de esquemas de divulgação em massa nas
redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a
independência do Poder Judiciário, o Estado de Direito e a Democracia”.
De acordo com Moraes, as falas de Bolsonaro tornam “imprescindível
a adoção de medidas que elucidem os fatos investigados, especialmente diante da
existência de uma organização criminosa […] que, ilicitamente, contribuiu
para a disseminação das notícias fraudulentas sobre as condutas dos ministros
do Supremo Tribunal Federal e contra o sistema de votação no Brasil”.
Além de autorizar a abertura da investigação, Moraes
pediu que a Polícia Federal ouça todos os que participaram da live realizada
por Bolsonaro na semana passada para mostrar as supostas fraudes no sistema
eleitoral.
Leia abaixo a lista dos participantes da live que a PF
deve ouvir:
- Anderson Torres, delegado de Polícia Federal e atual ministro da Justiça;
- Eduardo Gomes da Silva, coronel reformado do Exército brasileiro que foi nomeado em abril deste ano como assessor especial de Braga Netto, ministro da Casa Civil;
- Jeterson Lordano, youtuber;
- Alexandre Ichiro Hashimoto, professor da Faculdade de Tecnologia de São Paulo; e
- Amílcar Brunazo Filho, especialista em segurança de dados.
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