A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou “risco
extremo de sobrepreço” nos convênios do Ministério do Desenvolvimento Regional
(MDR) para compra de tratores e equipamentos agrícolas com recursos de emendas
do orçamento secreto.
A auditoria foi feita a partir de reportagem do Estadão
que revelou o esquema montado pelo governo de Jair Bolsonaro para distribuir
bilhões a aliados no Congresso sem qualquer transparência ou fiscalização de
órgãos de controle.
Em troca de apoiar o governo, um grupo de deputados e
senadores pode impor no lugar dos ministros o destino de ao menos R$ 3 bilhões.
Uma boa parte do montante foi destinada à aquisição de máquinas pesadas a
preços indicados pelos próprios políticos e muito acima da tabela de referência
do ministério. Com isso, puderam atender suas bases eleitorais com o
compromisso de não incomodar o governo no Congresso.
Esses acordos só vieram à tona após o Estadão revelar
ofícios em que deputados e senadores cobravam do governo suas “cotas” numa
fatia do Orçamento que deveria ser operada pelo ministério. Em alguns casos, a
ordem de onde e como o dinheiro público deveria ser aplicado foi enviada por
WhatsApp para ministros, o que escapa de qualquer controle público.
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