Sem consenso em torno da divulgação de uma nota contra as
ameaças feitas por Jair Bolsonaro à democracia, governadores de 24 Estados e do
Distrito Federal decidiram propor ao presidente e aos outros chefes de Poderes
uma espécie de reunião de pacificação e de normalização institucional do País.
No encontro do Fórum dos Governadores, realizado em Brasília – com a maioria
dos presentes participando de forma virtual –, não faltaram críticas ao
comportamento de Bolsonaro e foi unânime a tese de que o atual clima de
instabilidade política é prejudicial para todos. A ideia de divulgar um
manifesto formal contra o presidente, no entanto, dividiu opiniões,
especialmente porque poderia apenas ampliar o clima de instabilidade, sem
resolver a situação.
Para sair do impasse em torno do manifesto e não deixar
de mandar uma clara mensagem de insatisfação ao presidente, a ideia de marcar
um encontro com Bolsonaro e os demais representantes de Poderes foi proposta
pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). A sugestão foi tratada como uma
espécie de tentativa final de restabelecer alguma normalidade no País, além de
abrir caminho para que o presidente tenha uma espécie de “saída honrosa” para
recuar dos ataques que vem fazendo contra ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) e das ameaças às eleições do próximo ano.
“Acho que temos de estabelecer que este é um País que tem eleitores do PT, do
PSB, do MDB. Mas todos nós trabalhamos com uma única coisa: o bem-estar comum.
O bem-estar da população e em especial da mais carente. Então, quando queremos
levar essa conversa para o presidente é porque aqui não tem ninguém nem contra,
nem a favor dele. Somos a favor de um País que merece sim um tratamento melhor
das suas instituições para que a gente entre numa normalidade”, disse o
governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
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