Resquício da ditadura, a Lei de Segurança Nacional (LSN) começa a ser revogada. Em votação
simbólica, o Senado acaba de aprovar, nesta terça-feira (10), o texto-base do projeto
que revoga a LSN.
Para evitar que o texto voltasse à Câmara para nova
rodada de apreciação, o senador Rogério Carvalho (PT-SE)
não fez alterações. No entanto, senadores fizeram destaques que ainda estão
sendo analisados.
Nos últimos tempos, a LSN vinha sendo usada com
frequência para justificar prisões em manifestações. Levantamento feito pelo
jornal Folha de São Paulo mostrou que a Polícia Federal abriu 77 inquéritos com
base na LSN em 2019 e 2020.
Criada em 1983, ainda no período da ditadura militar, a
LSN tinha por objetivo proteger a integridade e a soberania
nacional. A lei estabelecia, por exemplo, que caluniar ou difamar os
presidentes da República, do Supremo Tribunal Federal, da Câmara e do Senado
poderia acarretar em pena de prisão de até quatro anos.
O texto caiu em desuso nas primeiras décadas de vigência
da Constituição de 1988, com sua aplicação limitada a casos como os que
envolviam a introdução ilegal, em território nacional, de armamento privativo
das Forças Armadas. No entanto, esse quadro se modificou nos últimos anos, com
a crescente invocação da lei com o objetivo de punir manifestações críticas ao
governo atual .
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