Olho D'água do Borges/RN -

Rogério Marinho usa repasses do Ministério do Desenvolvimento Regional para favorecer base no RN.

 

O atual ministro do Desenvolvimento Regional do governo Bolsonaro (sem partido), Rogério Marinho, que esteve recentemente no Rio Grande do Norte fazendo inaugurações e conversando com políticos locais, aumentou em 223% a verba repassada por sua pasta para o Rio Grande do Norte. As informações foram reveladas pelo jornal Estadão desta sexta (21) para que o leitor junte as peças e tire suas próprias conclusões.

Rogério Marinho assumiu o Ministério em fevereiro de 2020, a partir de quando teria aumentado os repasses para o RN em 223% em relação a 2019. Segundo a publicação, o Rio Grande do Norte passou a ocupar o topo do ranking na lista de repasses do Ministério do Desenvolvimento Regional, que assinou contratos que juntos somam R$ 1,2 bilhões para a construção de parques eólicos, adutoras, cisternas, construção de galpões, asfaltamento de estradas e compra de tratores agrícolas.

Repasses para empresas privadas

Pelo levantamento realizado pelo jornal, em 2019, o RN obteve mais repasses do que a soma do que foi encaminhado aos estados do Ceará (R$ 650 milhões) e Paraíba (R$ 315 milhões). No entanto, ao ser questionado, Marinho negou favorecimento de sua base eleitoral e explicou que R$ 695 milhões são referentes a repasses da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para financiamento de empresas privadas que vão instalar parques eólicos no estado.

Tratoraço

Rogério Marinho também foi apontado pelo Estadão como o responsável pelo “orçamento secreto” do Governo Federal. O esquema foi criado na gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2020, para atender deputados e senadores com a indicação de recursos de emendas em troca de apoio no Congresso. O esquema, que ficou conhecido como “Tratoraço”, permitiu a liberação de R$ 3 bilhões em verbas só do Ministério do Desenvolvimento Regional sem que o dinheiro fosse submetido a qualquer regra fiscal ou supervisão popular.

Ao invés de seguir o caminho normal de direcionar recursos através de emendas parlamentares, que são votadas todos os anos e cujos recursos são fiscalizados pelos órgãos de controle, os congressistas criaram um novo método chamado de “emenda do relator”, cujo controle fica apenas com o Palácio do Planalto e os parlamentares envolvidos na negociação.

Ao todo, R$ 905 milhões teriam sido direcionados ao RN, apenas R$ 190 milhões teriam sido executados até agora. Segundo o Estadão, os dados foram retirados do próprio site do Ministério do Desenvolvimento Regional.

Alianças locais para 2022

Na avaliação do Estadão, com as verbas repassadas ao RN, a estratégia seria de fortalecer uma aliança de direita local. Marinho, que já foi do PSDB apoiou a filiação do atual prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), que estava no MDB em 2020. Álvaro faz parte da tendência bolsonarista contra medidas como fechamento temporário de atividades para garantir o isolamento social durante o combate à pandemia do novo coronavírus.

Rogério Marinho também garantiu o apoio do presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira (PSDB), que já declarou publicamente apoio ao ministro do Desenvolvimento Regional no caso de uma possível candidatura ao Senado em 2022, e tem feito uma série de inaugurações de obras do Governo Federal em redutos eleitorais do ex-presidente Lula.

Sem votos para se eleger

Marinho se candidatou a deputado federal pelo Rio Grande do Norte, mas figura conhecida e reprovada pelos eleitores locais, não conseguiu se eleger e foi convidado para o governo de Michel temer, que assumiu a presidência depois do golpe parlamentar de 2016 que retirou a presidenta Dilma Rousseff do cargo.

O atual ministro do Desenvolvimento Regional foi o relator da Reforma Trabalhista aprovada ainda no governo de Temer, que provocou maior precarização para os trabalhadores, que passaram a ter salários menores e jornadas incertas de trabalho, entre outras perdas. Marinho também tem no currículo uma proposta de reforma dos planos de saúde que previa a redução de multas aplicadas em caso de descumprimento por parte das operadoras das coberturas previstas no contrato, entre outras medidas. O projeto acabou sendo deixado de lado e diante da eficiência em empurrar goela abaixo temas tão azedos e prejudiciais ao coletivo da população, foi convidado a permanecer no governo do atual presidente Jair Bolsonaro.

Fonte: Saiba Mais.

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