As ações
decorrentes da Operação Lava-Jato foram marcadas por uma série de derrotas em
2021, que livraram de punição diversos alvos das investigações, desde o
ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, passando por emedebistas, como
os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, e aliados do presidente
Jair Bolsonaro, casos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do
ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).
Analistas
avaliam que anulações de sentenças geram insegurança jurídica às investigações
em curso e podem passar à sociedade uma imagem de retrocesso.
O mais recente
revés ocorreu na ação penal da Operação Sépsis, um dos braços da Lava-Jato que
apurou a existência de um esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal.
Em julgamento na
terça-feira, a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região anulou
a sentença da 10ª Vara Federal de Brasília que condenou Eduardo Cunha a 24 anos
de prisão por corrupção e lavagem e Henrique Alves a oito anos por lavagem de
dinheiro.
O relator,
desembargador Ney Bello, usou um argumento processual: como a denúncia chegou a
acusá-los de crimes eleitorais, o caso deveria ter tramitado na Justiça
Eleitoral.
Com isso,
decidiu que a sentença era nula e, portanto, a ação deveria recomeçar na
Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte.
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