Foram dezenas de pesquisas divulgadas com o cenário
eleitoral no Rio Grande do Norte. Elas trouxeram cenários praticamente
inalterados ao longo do ano com a governadora Fátima Bezerra (PT) na liderança
no primeiro turno e vencendo praticamente todas as simulações de segundo turno.
A avaliação da gestão tem um pouco mais de variação, mas
uma coisa é certa: a diferença entre a aprovação e desaprovação de Fátima está
sempre dentro da margem de erro.
Cito esse dados com base nos institutos Seta, Big Data,
Perfil e AgoraSei. Somente o Instituto Consult diverge trazendo números um
pouco piores para a governadora. Para efeito de análise me pautarei pelo padrão
estabelecido por quatro institutos.
O quadro estável com Fátima mantendo cerca de dez pontos
percentuais sobre Carlos Eduardo Alves (PDT) e, na maioria das oportunidades,
ampliando a margem sobre ele e demais adversários nas simulações de segundo
turno não é uma garantia de vitória.
Disputa de reeleição é sempre plebiscitária. A vantagem
com pouca gordura para queimar reflete a divisão do eleitorado quanto a
avaliação da gestão.
Fátima tem uma aprovação que gira entre 40 e 44 pontos
percentuais. A desaprovação fica entre 37 e 42. O saldo positivo fica dentro da
margem de erro.
Isso significa que o eleitorado não tem certeza se ela
faz ou não um bom governo e que está preferindo aguardar mais um pouco.
Não está claro se teremos uma eleição com perfil de
continuidade ou de mudança.
É um cenário bem diferente dos anos que antecederam as
eleições de 2014 e 2018 quando o clima de mudança estava no ar.
Apesar da pancadaria, muitas vezes exagerada, da mídia
natalense a governadora mostra uma resiliência bem superior às de Rosalba
Ciarlini e Robinson Faria.
Apesar disso e por me pautar pela objetividade dos
números discordo de boa parte dos analistas políticos do RN que entendem que a
governadora tem uma reeleição fácil pela frente.
Há margem para que um nome polarizando consiga crescer.
Essa possibilidade leva a uma avaliação traiçoeira: a de comprar a situação de
Fátima com a da então prefeita Rosalba Ciarlini (PP) que não conseguiu a
reeleição ano passado.
De fato, os números se assemelham. Mas “nada é mais
traiçoeiro do que aquilo que é evidente”, como escreveu o cientista político
Joseph Schumpeter.
Números parecidos, variáveis diferentes. Rosalba estava
no quarto mandato como prefeita e uma imagem completamente desgastada pelo
tempo e não conseguiu manter uma regularidade no pagamento dos servidores.
Noves fora o antipetismo, Fátima governa o Estado pela primeira vez, melhorou
os índices na segurança, já pagou quatro das três folhas atrasadas que recebeu
e tem o fator Lula que certamente lhe ajudará nas eleições. Rosalba não tinha
esses ativos.
Outro ponto que discordo é a história de que Fátima não
tem adversários. O nome de Carlos Eduardo Alves está consolidado no segundo
lugar e nas simulações de segundo turno o pedetista é o único que quando não é
o mais próximo aparece numericamente na frente de Fátima.
Ele é o principal adversário da petista.
Mas tem também o senador Styvenson Valentim (PODEMOS) que
fica em terceiro nas pesquisas e acabou ficando um pouco desgastado esse ano
por causa das várias polêmicas em que se meteu.
Numa síntese objetiva posso dizer sem pestanejar que a
reeleição de Fátima será duríssima e que ela tem dois adversários no
retrovisor.
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