Olho D'água do Borges/RN -

Relatório da CPI da Covid do RN, será entregue para CGU, MPs, Polícia Federal e STJ

 

Depois de apontar indícios sobre possíveis crimes e irregularidades de empresários, gestores públicos e servidores, a Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), chamada de CPI da Covid, vai encaminhar aos órgãos de controle externo e investigativos, o relatório do deputado Francisco do PT, que sofreu alterações dos deputados da oposição. Esses formaram maioria na comissão e no final totalizaram pedidos de indiciamento do secretário estadual da Saúde, Cipriano Maia; da governadora do RN, Fátima Bezerra; do governador da Bahia, Rui Costa; e de mais 13 pessoas.

O relatório será encaminhado para o Ministério Público do Rio Grande do Norte, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Procuradoria Geral da República e Superior Tribunal de Justiça. “São milhares de documentos. Boa parte sigilosos em nome da CPI. Nós precisamos organizar essa documentação que será enviada para diversos órgãos de controle do país, para que as investigações continuem”, disse o deputado Kelps Lima (SDD), que presidiu a comissão.

Ele destacou que o objetivo no encaminhamento da documentação é para que aquilo que foi apontado não se resuma à CPI da ALRN. “É necessário que as investigações continuem. Torço para que haja CPI em outros estados ou que essa documentação produza o aceleramento de investigações. É muito claro que mais pessoas participaram disso e em outros crimes, afora os que foram indiciados. Para isso, as investigações precisam continuar”, pontuou o deputado.

Dependendo da sua respectiva atribuição, os órgãos investigativos analisarão o que a CPI está apontando, a procedência dos indícios e definirão se abrem inquérito, passando as pessoas apontadas pela CPI à condição de investigadas. Ao final da investigação, o órgão decide se oferece denúncia à justiça, contra quem oferece e referente a qual crime. Mas para chegar a esse ponto, muita coisa ainda precisa ser considerada.

O deputado Kelps Lima disse que alguns processos já estão sob investigação dos órgãos de controle, mas o deputado Francisco do PT relembrou que órgãos de controle também já isentaram os gestores estaduais de possível dolo. “Órgãos de investigação já se debruçaram sobre alguns desses processos, inclusive, não encontraram indícios de participação dolosa ou de improbidade  da governadora ou do secretário, a exemplo do Ministério público de Contas do estado”, disse o relator da CPI.

Por ora, a Procuradoria Geral da ALRN pediu um prazo de 55 dias, contados a partir da quinta-feira, 16 de dezembro, para organizar essa redação final. Após isso, o documento será submetido aos deputados para revisão e a síntese será publicada no Diário Oficial da Casa. O relatório também será enviado ao Governo do Estado, Comissão de Finanças e Fiscalização,  Consórcio Nordeste, Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap/RN),   e todas as Assembleias Legislativas vinculadas ao Consórcio Nordeste, inclusive à Mesa Diretora da ALRN.

Juntamente com o relatório estarão todos os documentos que a CPI recebeu ou produziu, sendo feitas as devidas referências acerca do sigilo daqueles que estão sob sigilo das investigações. 

Números

Ao todo, Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou os gastos no Rio Grande do Norte durante a pandemia de covid-19, funcionou durante 134 dias na Assembleia Legislativa do estado. Neste período realizou 36 reuniões,  com 75 depoimentos, 140 requerimentos aprovados e 192 documentos expedidos.

Formada por cinco deputados, sendo Francisco do PT e George Soares (PSDB) da base governista, e Kelps Lima (SDD), Getúlio Rego (DEM) e Gustavo Carvalho (PSDB), da oposição, a comissão analisou 12 contratos firmados pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap/RN), além do que foi alvo da Operação Lectus e da compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste.

O colegiado investigativo aprovou ao todo no seu relatório final o indiciamento de 16 pessoas: a governadora do RN Fátima Bezerra; o governador do estado da Bahia, Rui Costa; os empresários Cristiane Prestes Taddeo e Luiz Henrique Ramos Jovino (Hempcare), Paulo de Tarso Carlos (BioGeoenergy), Arthur Antunes Oliveira Alencar e Alexsandro Santos da Silva Santos (M.A. Engenharia Clínica e Hospitalar); Fernando Galante e Cléber Isaac (intermediadores); ex-secretário do Gabinete Civil da Bahia, Bruno Dauster; Carlos Gabas Secretário-executivo do Consórcio Nordeste; Valderi Claudino Souza, servidor do governo da Bahia; Edinho Silva, Prefeito de Araraquara/SP; ex-secretária-adjunta de Saúde do Rio Grande do Norte, Maura Sobreira; ex-servidora da Sesap/RN Gilsandra Lira Fernandes; e secretário de saúde do RN, Cipriano Maia, que recebeu oito pedidos de indiciamento.

Fonte: Tribuna do Norte 

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