O presidente
interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu no final da noite desta
segunda-feira (9) revogar a sua própria decisão de anular a sessão da Câmara
que autorizou a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
O recuo,
confirmado pela assessoria de imprensa da Câmara, tem apenas quatro linhas, e
já foi comunicado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Horas
antes, Maranhão havia informado a sua decisão a deputados do PP, o seu partido.
“Revogo a
decisão por mim proferida em 9 de maio de 2016, por meio da qual foram anuladas
as sessões do plenário da Câmara dos Deputados ocorridas nos dias 15, 16 e 17
de abril de 2016, nas quais se deliberou sobre denúncia por crime de responsabilidade
número 1 de 2015”, diz o texto de sua decisão.
Integrantes do
governo se dirigiram, por volta da meia noite, à casa de Maranhão para tentar
demovê-lo da ideia, mas não conseguiram.
Entre outras
coisas, pesou em sua decisão a forte reação na Câmara, cuja maioria dos
partidos decidiu convocar uma sessão à sua revelia para revogar o seu ato nesta
terça (10). O seu próprio partido, o PP, o ameaçava de expulsão.
Maranhão tinha
relatado a interlocutores o receio de, por causa da decisão, ser expulso do PP
e, consequentemente, perder seu mandato.
Renan Calheiros
também havia decidiu mais cedo ignorar o cancelamento da sessão e dar sequência
à tramitação do pedido de impeachment na Casa.
A decisão é um
revés para Dilma, que pretendia usar a decisão de Maranhão para pedir ao
Supremo que paralisasse o rito do impeachment.
Fonte: A Folha
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