Além do presidente da República interino, Michel Temer (PMDB), ao menos sete
ministros do novo governo tiveram seus nomes
citados nas investigações da Operação Lava Jato.
O peemedebista - que assume o
cargo até o julgamento de Dilma Rousseff pelo Senado, o que pode
demorar até 180 dias - é citado como beneficiário nos
escândalos de corrupção que são alvo da força-tarefa.
Veja, abaixo, o que pesa
contra os ministros:
Romero Jucá (PMDB-RR) -
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
O senador Romero Jucá, que vai assumir o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
e Gestão, está na lista de investigados que o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, enviou ao supremo Tribunal Federal (STF)
no início de 2015.
Jucá foi citado por delatores
como beneficiário de um esquema de desvio na estatal. Em depoimento à Polícia
Federal em fevereiro deste ano, o senador admitiu que pediu a Ricardo Pessoa,
da UTC Engenharia, doações para a campanha de seu filho, Rodrigo Jucá (PMDB),
que foi candidato a vice-governador de Roraima.
Em depoimento de delação
premiada, Pessoa afirmou ter dado R$ 1,5 milhão ao PMDB de Roraima, em 2014. O
empreiteiro disse, ainda, que entendeu que o pagamento estava relacionado à
contratação da UTC, pela Eletronuclear, para obras da usina nuclear de Angra 3.
Romero Jucá nega e atribui a doação ao “trabalho que desempenha como senador”.
Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA) - Secretaria de Governo
Mensagens apreendidas pela
Operação Lava Jato sugerem que o ex-ministro de Lula, ex-vice-presidente de
Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal e ex-deputado federal Geddel Vieira
Lima usou sua influência para atuar em favor dos interesses da construtora OAS.
Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) – Turismo
Ministro do Turismo do governo
Dilma, Alves volta à pasta menos de dois meses depois de deixar o cargo. O
peemedebista é suspeito de receber propina do dono da OAS, Léo Pinheiro, em troca de favores
no Legislativo.
A investigação é baseada em
mensagens apreendidas no celular de Pinheiro. Em algumas delas, o presidente
afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobra Pinheiro
por doações à campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte. Para Janot,
os pagamentos são, na verdade, propina.
Mendonça Filho, Raul
Jungmann, Bruno Araújo e Ricardo Barros
Os deputados Mendonça Filho
(DEM-PE), Raul Jungmann (PPS-PE), Bruno Araújo (PSDB-PE) e Ricardo Barros
(PP-PR), que vão assumir os ministérios da Educação, Defesa, Cidades e Saúde,
respectivamente, são citados na famigerada lista da Odebrecht apreendida pela Polícia Federal na sede da
construtora, em março, durante a 23ª fase da Lava Jato.
A lista foi tornada pública e
depois colocada sob sigilo, mas os investigadores ainda não sabem se os nomes
que constam nela receberam doações legais, ilegais envolvendo recebimento de
propina ou dinheiro de caixa dois.
Fonte: Carta Capital
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