A ex-governadora do RN Rosalba Ciarlini, em julgamento
concluído esta manhã, no TSE em Brasília, está completamente livre de qualquer
pendência judicial.
A sua elegibilidade
para qualquer cargo público está assegurada. O autor do artigo
sempre manifestou esse ponto de vista e, mesmo sem mandato eletivo, foi um dos
poucos da classe política a defendê-la e mostrar a injustiça de que era vítima, O RN sabe disso.
A vitória
inquestionável de Rosalba Ciarlini altera, por completo, o quadro eleitoral do
estado para 2016 e 2018. Ela passa a ser uma
forte peça, no tabuleiro eleitoral.
Senão vejamos.
Em Mossoró, a sua
cidade, as pesquisas mostram claramente o seu favoritismo, caso se candidate à
Prefeitura, independente de quem venha a ser os seus adversários.
Muitos admitem que
Rosalba não será candidata à prefeita de Mossoró. Irá se resguardar
para uma disputa majoritária de Senado em 2018.
Outra hipótese é
pretender a prefeitura, porém deixando claro que em 2018 disputará eleição
majoritária. Para isso indicaria,
desde já, um vice-prefeito, que seria chancelado pelo eleitor e estaria livre
para assumir a Prefeitura em 2018, com a sua renuncia.
E as alianças?
Será que Rosalba
precisará de alianças em Mossoró, salvo aqueles com quem já tem vínculos
eleitorais? Agregar os seus
algozes seria “um tiro no pé”.
Ela pode até
perdoá-los, mas o seu eleitor tradicional não aceitaria. Afinal, o calvário
de Rosalba foi impiedoso. Tiraram-lhe o
direito de ser candidata à reeleição do governo, o único caso no país.
Propagaram na
opinião pública nacional, que o seu governo era incapaz, sofrível e que pelas
ilicitudes cometidas tornara-se inelegível. Na história política
do RN, em época de democracia, talvez tenha sido o complô mais cruel.
No período da
ditadura existiram exemplos desse tipo, todos chancelados pelos dirigentes
revolucionários. Rosalba teve a sorte
de poder recorrer à justiça e ganhar.
Outros, vítimas no
passado da revolução de 1964, não puderam sequer recorrer à justiça, por impedimento
revolucionário e verdadeiros massacres se consumaram.
O “dia seguinte” à
liberação de Rosalba Ciarlini pelo TSE provoca reflexões e análises políticas,
além do território de Mossoró. Não se nega a sua
influência política nos municípios do médio, alto oeste e em todo o estado.
A prova disso, é que
mesmo “acuada” pelos
processos judiciais pendentes, contribuiu decisivamente para eleger um familiar
deputado federal e foi peça absolutamente necessária para a vitória do
governador Robinson Faria em Mossoró e em cidades oestanas, incluída Pau dos
Ferros, no segundo turno.
Percebe-se que a
decisão do TSE liberou o potencial de uma liderança estadual e não apenas
municipal. Perdura a incógnita
sobre qual partido ela se filiará em definitivo.
Outra indagação é se
agora fica mais facilitada à aproximação de Rosalba com o governador Robinson
Faria, em que votou no primeiro e segundo turno para o governo do estado.
Dir-se-á que o
governador já tem correligionário candidato em Mossoró. Realmente, o
governador é conhecido como um homem solidário e de compromisso.
Todavia, a dinâmica
da política é imprevisível e alternativas éticas podem ser encontradas, sem
desfazer a palavra dada. Em qualquer
hipótese,a absolvição de Rosalba no TSE leva a duas conclusões.
Ela voltou hoje a
ser prestigiada e considerada na política do estado.
Fica provado que o
seu ex-partido – o DEM – agiu equivocadamente ao tirar-lhe o direito de
candidatar-se à reeleição ao governo do estado.
Contra fatos, não há
argumentos, sobretudo quando os acontecimentos ocorridos já se incorporaram
irremediavelmente à história política do Estado.
Por Ney Lopes de Souza
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