Suspeita de tentativa de homicídio, de empregar funcionários fantasmas e comprar alimentos e bebidas ilegalmente com dinheiro
público e réu no Supremo Tribunal Federal (STF). Este é o currículo mais
recente do deputado André Moura (PSC-SE), escolhido pelo presidente interino
Michel Temer para ser o novo líder do governo na Câmara. Ele também teve que
recorrer à Justiça para concorrer nas últimas eleições porque tinha sido
barrado pela Lei da Ficha Limpa. Moura é o deputado com maior intimidade
política e pessoal com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).Em 2014 André Moura teve candidatura indeferida pelo Tribunal
Regional Eleitoral do seu estado porque teve problemas com sua atuação como
gestor público. A Ficha Limpa veda candidaturas de candidatos com as contas
rejeitadas ou condenados judicialmente por órgãos colegiados. Os 71 mil votos
recebidos por Moura em outubro daquele ano só foram validados dois meses
depois, quando o deputado conseguiu anular o indeferimento de sua candidatura
graças à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que suspendeu a
condenação inicial por improbidade administrativa. Ele teve as contas
rejeitadas quando era prefeito de Pirambu (SE).
Sua gestão à frente do
município sergipano deixou um rastro de complicações para o provável novo líder
do governo. André Moura é réu em três ações penais e investigado em inquérito
no Supremo Tribunal Federal (STF). As acusações contra o parlamentar vão de
desvio ou utilização de bens públicos, improbidade administrativa, apropriação
indébita e crime de responsabilidade.
Em junho do ano passado, o
Supremo aceitou de uma só vez a abertura de três processos contra André Moura
por crimes conexos. Ele é acusado de se apropriar ou desviar bens públicos do
município de Pirambu na gestão do então prefeito Juarez Batista dos Santos,
entre 2005 e 2007. Então aliado, Juarez deu continuidade à gestão de André
Moura, que foi prefeito do município por oito anos até o fim de 2004.
Segundo a acusação, após
deixar a prefeitura, Moura continuou usufruindo de bens e serviços custeados
pela administração municipal. Entre os itens citados, gêneros alimentícios,
telefones celulares e veículos da frota municipal. A denúncia sustenta que
alimentos comprados pela prefeitura no comércio de Pirambu eram entregues na
casa do deputado.
Após o rompimento político
entre os dois, Juarez confessou ter cometido irregularidades e revelou que
André Moura indicou funcionários fantasmas, entre eles, sua mulher Lara Adriana
Moura, para trabalhar na prefeitura. O ex-prefeito também confessou que o líder
do PSC recebia uma mesada de R$ 30 mil a R$ 50 mil.
O ex-prefeito
ainda disse que Moura aumentou as exigências nas eleições de 2006 quando foi
candidato a deputado estadual. Segundo ele, seu antecessor lhe pediu o repasse
de R$ 1 milhão entre abril e setembro daquele ano. Ele afirmou que, sem
conseguir atender às demandas do ex-prefeito, passou a receber ameaças que
resultaram em uma troca de tiros que feriram o vigilante de sua casa. Quatro
homens encapuzados foram apontados como autores dos disparos. Moura é o
suspeito de ser o mandante.
O inquérito por
tentativa de homicídio do vigia chegou há dois anos no Supremo, mas
ainda não houve apresentação de denúncia para a abertura de ação penal. Em 12
de abril, dias antes da votação do impeachment na Câmara, o ministro Gilmar
Mendes, que relata o inquérito, prorrogou por mais 60 dias o prazo para a
conclusão das investigações.
Fonte: Blog do Primo
0 comentários:
Postar um comentário